Ex-espião russo e filha descrevem terror do envenenamento atribuído a agentes de Putin: 'Quando parei de sonhar, haviam se passado 21 dias'

 

Fonte:


O ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, revelaram pela primeira vez detalhes do envenenamento que quase tirou suas vidas em Salisbury, em 2018. O ataque, atribuído ao governo de Vladimir Putin, utilizou o agente nervoso Novichok, aplicado na maçaneta da casa do ex-agente duplo. Ambos passaram três semanas em coma e seguem escondidos desde então.

Árabes e CR7 na Casa Branca: qual negócio bilionário foi fechado em jantar com americanos

Os relatos foram apresentados à investigação oficial do caso. Segundo Yulia, os sintomas surgiram enquanto almoçavam no restaurante italiano Zizzi. Ela conta que, no início, os dois acharam “engraçado” quando seus olhos começaram a tremer.

A situação piorou rapidamente, com falta de ar, alucinações e vômitos. — Tudo na rua estava girando, muito, muito feio. Tive de dar as mãos ao meu pai — disse, segundo o Daily Mail.

Ao caminhar até o estacionamento onde o pai havia deixado o carro, ambos precisaram parar.

— Foi uma sensação muito estranha e assustadora… quase tudo estava embaçado e as cores mudavam, como estar sob efeito de LSD ou anfetaminas — relatou Yulia, que perdeu a consciência em segundos.

Sergei Skripal descreveu ter visto “homens e mulheres árabes” durante as alucinações. — Tentei dar um soco em um deles. Eu sabia que era uma alucinação porque não há muitos árabes em Salisbury — afirmou.

Imagens de segurança mostraram Yulia apoiada no ombro do pai, praticamente imóvel, fazendo apenas movimentos circulares com a mão esquerda.

Skripal lembra vagamente de despertar do coma: — Quando parei de sonhar, pensei que tivesse passado um dia, mas tinham sido 21.

O ataque desencadeou uma operação sem precedentes, com 180 especialistas militares em armas químicas envolvidos na descontaminação da cidade.

O inquérito, chamado Dawn Sturgess, homenageia a única vítima fatal dos envenenamentos. Sturgess, de 44 anos, morreu após se borrifar acidentalmente com o Novichok contido em um frasco de perfume descartado pelos agentes russos.

Testes confirmaram que o agente nervoso era de uso militar e havia sido desenvolvido pela União Soviética na década de 1980, reforçando as suspeitas contra Moscou.