Envenenamento de colmeias causa morte incomum de abelhas no Uruguai

 

Fonte:


Uma mortandade desconhecida de abelhas em colmeias espalhadas por campos agrícolas de diversas regiões permanece em alerta no Uruguai, enquanto o produto químico causador da situação está sendo investigado, disse à AFP o presidente da Sociedade Apícola Uruguaia (SAU).

Os primeiros relatos sobre milhares de colmeias mortas ocorreram em meados de novembro, mas em dois dias, 60 produtores detectaram mais de 11.500 colmeias infectadas em sete regiões do sul e do litoral do país.

Saiba mais: EUA não recomendará mais vacinação contra hepatite B em recém-nascidos

“É uma grande tragédia não só para os produtores, mas também para a polinização, para os agricultores e para todo o país”, disse Jihmy Fiorelli, presidente da Sociedade Apícola Uruguaia (SAU), à AFP.

"Está mais claro que as mortes se devem a envenenamento, mas não podemos determinar qual produto pode ter sido ou o que foi aplicado incorretamente, porque ainda não há resultados das análises", disse o presidente de uma associação civil que reúne cerca de 500 apicultores.

Estela Santos, entomologista da Universidade Estadual, disse à AFP que tem "certeza de que foi um produto químico causador de um tipo de morte provocada pelas análises realizadas nas colmeias infectadas".

"Não há nada que explique a enorme quantidade de argamassa que está sendo estudada." Sabemos que se tratava de um produto químico, não sabemos onde foi encontrado, mas o entorno de todas essas fazendas é agrícola”, explicou à direção da pesquisa.

Assista ao vídeo: sobreviventes de ataque dos EUA se agarraram por uma hora a barco destruído antes de segundo bombardeio

Na mesma linha, Alejandro Nario, diretor da Direção Nacional de Qualidade e Avaliação Ambiental, garante à AFP que o tipo de morte não se deve a problemas climáticos.

No entanto, é bastante “incomum”, pois causa mortes nas colônias e não nas plantações onde o produto químico é aplicado.

O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) também está monitorando a situação.

"Serão enviadas demonstrações ao exterior para analisar o princípio ativo ou a gama de princípios ativos" que causarão a morte, disse à AFP Gustavo Fripp, representante do MGAP na Comissão Honorária de Desenvolvimento Apícola.

Para o Ministério do Meio Ambiente, é prioritário abordar a origem da contaminação, que pode afetar outros polinizadores naturais, para continuar trabalhando no manejo de pesticidas, afirmou Nario.

No último levantamento oficial, foram detectadas 585 mil colmeias contaminadas, pertencentes a 2.183 apicultores. Em 2024, a produção de mel no Uruguai foi de 11.300 toneladas, das quais cerca de 90% foram exportadas para os Estados Unidos.