Enfermeira morre após ter sintomas cardíacos confundidos com gases no Reino Unido; entenda

 

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A enfermeira Paula Ivers, de 47 anos, morreu três dias depois de buscar atendimento médico para dores intensas no peito no Hospital de Tameside, em Greater Manchester, no Reino Unido. O caso, ocorrido em março do ano passado, voltou à imprensa britânica após a família abrir um processo contra o Serviço Nacional de Saúde (NHS).

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De acordo com o Manchester Evening News, Paula procurou ajuda ao relatar dores agudas no peito e informou aos médicos que tinha histórico familiar de problemas cardíacos — seu pai morreu após uma parada cardiorrespiratória. Ainda assim, segundo a reportagem, o quadro foi tratado como refluxo de gases, e ela acabou liberada.

Investigação e críticas da família

Três dias depois da consulta, Paula foi encontrada desacordada em casa pela filha de 9 anos. O exame necroscópico apontou que ela sofreu uma dissecação da aorta torácica, condição em que há ruptura da camada interna da aorta. A lesão provocou uma hemorragia interna que evoluiu para parada cardíaca, levando à morte.

A família acusa o sistema de saúde britânico de negligência. Em entrevista ao Manchester Evening News, Lesley Ivers, irmã da enfermeira, afirmou que Paula foi “abandonada” pelo NHS. “É uma ironia cruel que ela fosse defensora do NHS e, ainda assim, quando mais precisou, foi negligenciada da pior maneira possível”, disse. Simon Norbury, marido de Paula, relatou aos tribunais que a esposa estava com “dor severa”, mas teve o relato minimizado. “Ficamos chocados por tê-la perdido depois que nos disseram que era apenas uma indigestão.”

O inquérito que apura as circunstâncias da morte segue em andamento na Justiça britânica. As autoridades determinaram que o NHS desenvolva novos protocolos para evitar falhas semelhantes no futuro. Em nota à imprensa, a Tameside and Glossop Integrated Care afirmou lamentar o ocorrido e declarou que “analisará cuidadosamente as conclusões do legista”.