Encontro entre Lula e Trump provoca reações de políticos e repercute na imprensa internacional

 

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A imprensa internacional repercutiu o encontro entre Lula e Trump. O encontro entre Lula e Donald Trump na Malásia provocou reações de políticos apoiadores, críticos do governo e repercutiu nas redes sociais e na imprensa internacional.

O deputado Eduardo Bolsonaro, do PL, comentou que Lula teria ficado incomodado pelo elogio de Trump ao pai dele.

Trump foi questionado na primeira parte da reunião com Lula se a situação de Jair Bolsonaro seria um tema na parte do encontro sem a presença dos jornalistas. O americano não respondeu, e disse apenas que gostava do ex-presidente, que segundo ele "está passando por muita coisa".

Eduardo Bolsonaro destacou um gesto feito por Lula no momento da pergunta. Pouco tempo depois, o brasileiro reclamou do excesso de perguntas e exibiu documentos em inglês que pretendia apresentar a Trump, mas que teria pouco tempo para a reunião. O americano concordou com a reclamação feita por Lula. Mas essa parte não foi destacada por Eduardo Bolsonaro, que questionou o que teria sido tratado na reunião a portas fechadas.

O deputado está há mais de sete meses nos Estados Unidos. Segundo a Procuradoria-Geral da República, ele e o influenciador político Paulo Figueiredo integraram uma operação que buscava impor sanções dos Estados Unidos contra o Brasil e autoridades brasileiras. Paulo Figueiredo ainda não fez nenhum comentário público sobre a reunião deste domingo.

A aproximação entre Trump e Lula tem sido minimizada pela dupla desde o primeiro encontro entre os dois líderes, na Assembleia-Geral da ONU. Eduardo Bolsonaro chegou a comemorar a decisão de escalar o secretário de Estado Marco Rubio como o representante americano para conduzir as negociações com o governo brasileiro para a suspensão das tarifas de 50%.

Entre os governistas, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, disse que a crise Brasil/Estados Unidos tramada por falsos patriotas contra nossa soberania foi desarmada.

O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou que o diálogo é sempre o caminho para manter a relevância do Brasil no cenário internacional.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos, disse ter ficado feliz em ver que o diálogo e a diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos. Motta declarou que a Câmara continua à disposição da diplomacia, votando assuntos importantes sobre o tema e comprometida em servir ao país.

Repercussão internacional

A repercussão internacional também destacou o caráter estratégico do encontro. O New York Times relatou que Trump e Lula pareciam “agitados” e tinham "poucas respostas" durante a breve interação com a imprensa, e que o presidente americano evitou comentar sobre a redução de tarifas ou expectativas do Brasil.

A ABC News apontou que especialistas veem o episódio como uma mudança de estratégia americana, passando das sanções à negociação, e que um breve abraço entre Lula e Trump já teria “aberto a porta” para esse novo quadro diplomático.

Já a agência de notícias Reuters disse que o encontro foi interpretado como um sinal de que Brasil e Estados Unidos “irão se reunir imediatamente” para negociar tarifas elevadas e sanções impostas aos brasileiros.

Nos Estados Unidos, analistas apontam que as atenções de Trump estão voltadas agora para sua viagem à Coreia do Sul, onde deve se reunir na quinta-feira com o líder chinês, Xi Jinping. Washington e Pequim aumentaram as tarifas sobre as exportações um do outro e ameaçaram interromper o comércio de minerais e tecnologias essenciais.