Embarcação atacada duas vezes pelos EUA no Caribe ia a encontro de outra com destino ao Suriname, diz almirante

 

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Um militar americano afirmou a senadores em reunião na última quinta-feira que o barco atingido pelos Estados Unidos num ataque aéreo em 2 de setembro estava indo ao encontro de outra embarcação com destino ao Suriname. Um vídeo exibido no encontro mostra ainda que o alvo, apontado por Washington como suspeito de narcotráfico, não foi completamente destruído em um único ataque. Segundo a agência Reuters, as imagens mostram que dois homens que sobreviveram ao ataque inicial permaneceram por cerca de uma hora agarrados aos destroços do barco antes de serem mortos em uma segunda ofensiva.

A informação sobre o destino do barco, divulgada pela rede americana CNN, se soma a outros detalhes recentemente divulgados sobre a ação que enfraquecem o argumento do governo de Donald Trump de que atingir o barco várias vezes e matar sobreviventes era necessário para proteger os EUA de uma ameaça iminente.

De acordo com as informações coletadas pelas Forças dos EUA, o barco atingido no início de setembro planejava “encontrar” com o segundo navio e transferir drogas para ele, afirmou o Almirante Frank Bradley durante o encontro com senadores. Os militares americanos, no entanto, não conseguiram localizar o segundo navio.

Na reunião, Bradley argumentou ainda que havia uma possibilidade de que a remessa de drogas pudesse ter saído do Suriname para os Estados Unidos, explicando aos legisladores que isso justificava atingir a embarcação menor, mesmo que ela não estivesse se dirigindo diretamente para a costa dos EUA no momento da colisão.

Autoridades policiais de drogas dos EUA disseram ainda à CNN que as rotas de tráfico via Suriname são destinadas principalmente aos mercados europeus e que aquelas com destino aos EUA têm se concentrado no Oceano Pacífico nos últimos anos.

O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse à imprensa na Flórida logo após o ataque que o suposto barco de drogas visado estava “provavelmente indo para Trinidad ou algum outro país no Caribe”. No entanto, Trump escreveu no post anunciando o ataque que ele "havia ocorrido enquanto os terroristas estavam no mar em águas internacionais transportando narcóticos ilegais, indo para os Estados Unidos”.

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