Em protesto contra acordo UE-Mercosul, manifestantes fazem 'batataço'; veja imagens
Os manifestantes em Bruxelas contra o acordo entre a União Europeia e o Mercosul atiraram batatas contra os policiais e outras forças de segurança. A batata é uma das principais produções europeias, especialmente na Bélgica, onde ocorrem os atos.
O local, por exemplo, é conhecido por ter criado a batata frita. Agricultores reclamam que as batatas teriam uma queda no preço e na exportação com o acordo.
Manifestantes ao lado das batatas em Bruxelas.
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Manifestantes jogam batata em protesto contra acordo UE-Mercosul.
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Milhares de agricultores europeus protestam em Bruxelas contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Tratores bloqueiam diversas ruas da cidade, e a ação já registrou alguns confrontos, com a polícia usando gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
A manifestação tem como objetivo pressionar os líderes europeus, que se reúnem em cúpula a partir desta quinta-feira (18), a aprovar ou rejeitar o tratado. Segundo os produtores rurais, a entrada de produtos sul-americanos na Europa sem tarifas afetaria principalmente os setores de carne bovina, aves, açúcar e soja.
Na França, a gestão de um surto de dermatite bovina aumentou o descontentamento, e a maior federação sindical agrícola do país afirma que mais de 10 mil agricultores participam do protesto em Bruxelas.
A Comissão Europeia e o Brasil, que atualmente ocupa a presidência rotativa da Aliança Sul-Americana, buscam concluir o acordo comercial negociado ao longo de mais de 25 anos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, precisa da aprovação de uma maioria qualificada entre os 27 estados-membros da União Europeia, mas países como Polônia, Hungria e França têm solicitado o adiamento da ratificação.
Manifestantes contra acordo UE-Mercosul entram em confronto com polícia
Manifestantes jogam destroços em manifestação.
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Confronto entre manifestantes e policiais em Bruxelas.
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Ao chegar a Bruxelas, o presidente francês Emmanuel Macron reafirmou que, apesar das cláusulas de salvaguarda aprovadas pelo Parlamento Europeu na terça-feira (16), o texto ainda apresenta falhas e não pode ser votado neste momento.
Na quarta-feira (17), a Itália também considerou prematuro concluir a negociação nesta semana. A resistência desses países pode impedir Ursula von der Leyen de se deslocar ao Brasil para assinar o tratado, como estava previsto, durante a Cúpula do Mercosul, no sábado (20), em Foz do Iguaçu.
Conselho Europeu decide nesta semana se aprova acordo Mercosul-UE
O Conselho Europeu se reúne nesta quinta (18) e sexta-feira (19) para decidir se aprova o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, após 26 anos de negociações. Se houver aval ao texto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve vir ao Brasil no sábado para assinar o acordo em Foz do Iguaçu, durante a cúpula do Mercosul.
A Comissão Europeia aprovou nesta quarta-feira (17) a versão final das medidas de proteção ao setor agrícola europeu. Elas podem ser acionadas caso importações do Mercosul ameacem ou causem prejuízos graves aos produtores do bloco econômico que reúne 27 países.
Apesar disso, o acordo enfrenta forte resistência. França, Itália e Polônia apresentaram objeções formais ao texto.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni e o presidente francês Emmanuel Macron defenderam publicamente o adiamento da decisão final. Meloni disse não ser contra a parceria, mas defendeu garantias adicionais para o setor agrícola. Já Macron, declarou oposição veemente a qualquer tentativa de forçar a aprovação do acordo.
Houve protesto de agricultores e pecuaristas franceses que bloquearam dezenas de estradas com tratores nessa quarta. Diante do impasse, o presidente Lula fez um ultimato e afirmou que o Brasil pode abandonar as negociações caso não haja consenso até o fim do ano.
A resistência França, Itália e Polônia praticamente inviabiliza a assinatura do acordo ainda nesta semana. Isso porque estão entre os países mais populosos do bloco e têm votos decisivos. Se os três votarem contra o texto, juntos eles têm poder matemático de vetar o acordo, com bloqueio superior a 35%.
Policiais em frente a sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
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