Eduardo Bolsonaro admite que pode apoiar TarcĂsio de Freitas contra Lula, mas critica: 'Tecnocrata de centro'
Um dia depois de tecer novas crĂticas Ă articulação feita por aliados para a candidatura de TarcĂsio de Freitas (Republicanos), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu que pode apoiar o governador de SĂŁo Paulo numa eventual corrida Ă PresidĂŞncia contra Lula (PT). Em entrevista ao UOL, o parlamentar foi questionado sobre qual seria a sua postura se a direita se unisse em torno do nome de TarcĂsio, em meio Ă indefinição dentro da famĂlia sobre quem herdará o espĂłlio polĂtico em 2026 do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso no Ăşltimo sábado.
— Onde o Lula estiver de um lado, eu estarei do outro — disse ele. — Se o TarcĂsio for este candidato, a gente vai acabar falando, sim, de TarcĂsio de Freitas.
Nesta quinta-feira, o deputado havia afirmado, tambĂ©m em entrevista ao UOL, que o irmĂŁo e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) está "mais preparado" para uma candidatura presidencial que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e rebateu crĂticas de que estaria "dividindo a direita".
Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, nĂŁo escondeu o incĂ´modo nos Ăşltimos meses com movimentos de aliados que tentam tirar o ex-presidente ou outros membros da famĂlia Bolsonaro do protagonismo na disputa. Por várias vezes, referiu-se a TarcĂsio de Freitas como um candidato "do sistema".
Ao UOL, o deputado federal disse que o governador tenta "navegar por mares calmos", o que, na sua visĂŁo, seria "um defeito para um polĂtico".
— Eu sĂł me reservo ao direito de nĂŁo enganar o meu eleitor, porque existe uma relação de confiança — ressaltou. — Agora, nĂŁo venham querer pintar o TarcĂsio como uma pessoa de direita, porque ele nĂŁo Ă©. O TarcĂsio Ă© um tecnocata de centro que, no cenário polĂtico, ele acha que ainda há margem para o diálogo com o [ministro do STF Alexandre de] Moraes.
Eduardo classificou como "errada" o que chamou de estratĂ©gia de TarcĂsio de dialogar com STF, com o centro e com a esquerda. O deputado opinou que a postura arrisca a obtenção de votos na direita, que nĂŁo estariam garantidos.
— Acho até que ele enxerga pessoas como aqueles radicais de quem ele quer se ver afastado. Ele também acha que tem os votos da direita de maneira cativa. Isso é um problema, porque, achando que os votos da direita estão garantidos, ele tenta agradar o centro e a esquerda, e isso daà é uma estratégia errada — disse.
Como mostrou o GLOBO, a prisĂŁo de Bolsonaro no final de semana levou a famĂlia a montar uma operação para impedir que o momento de fragilidade do ex-presidente abrisse espaço para impedir que o momento de fragilidade do ex-presidente abra espaço para reposicionamentos que consideram prematuros. A ordem, explicitada nos recados pĂşblicos e reiterada em conversas privadas, foi congelar qualquer discussĂŁo sobre 2026.
