Distribuidora interditada e bebidas confiscadas: entenda o caso de rapper Hungria, internado sob suspeita de contaminação por metanol
O rapper Gustavo Hungria foi internado em Brasília nesta quinta-feira por suspeita de contaminação por metanol após ingerir bebida adulterada. Após o primeiro caso suspeito ser confirmado na capital, a distribuidora onde foi registrada a compra da bebida foi interditada, e um lote da mercadoria foi confiscado em um supermercado.
O cantor foi internado com sintomas de intoxicação no Hospital DF Star, na capital federal, no início da manhã de quinta-feira. O governo federal e do Distrito Federal confirmaram a suspeita de intoxicação por metanol.
Em nota, o Hospital DF Star informou que Hungria deu entrada na unidade com "sintomas suspeitos de intoxicação por metanol". "O artista encontra-se estável, em tratamento com hemodiálise, sem apresentar sintomas no momento. Foi avaliado pelo oftalmologista, com exames realizados dentro da normalidade", completa a nota divulgada na noite de quinta-feira.
Compra em distribuidora
Um vídeo mostra o rapper comprando bebidas alcoólicas em uma distribuidora em Vicente Pires, no Distrito Federal, horas antes de ser internado no hospital. No vídeo, Hungria é visto estacionando em frente ao local e adquirindo latas de energético e garrafas de vodca.
Em nota, o governo do DF informou que o estabelecimento onde a compra foi registrada foi interditado pela Vigilância Sanitária por falta de licença de funcionamento e comercialização de bebidas alcoólicas clandestinas.
A Vigilância ainda identificou que outras unidades do mesmo lote foram compradas por uma rede de supermercados 24 horas de Brasília.
“A partir da identificação do lote suspeito, foi realizada interdição cautelar do estoque de toda a rede. As amostras foram encaminhadas para análise laboratorial do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa). A rede de supermercados está dando suporte à apuração da ocorrência. Todas as notas fiscais dos produtos foram apresentadas à Vigilância Sanitária a fim de dar continuidade à ação”, diz o governo em nota.
Casos
No total, foram registrados 48 casos suspeitos de intoxicação, também em São Paulo e Pernambuco. Há ainda 11 casos em que a contaminação já foi confirmada, em São Paulo e Pernambuco, e um caso em que os indícios clínicos apontam para intoxicação por metanol, mas que ainda não teve confirmação laboratorial em Brasília (caso do rapper Hungria), totalizando 59.
Até agora, o Ministério da Saúde confirmou apenas um óbito pela contaminação no Brasil, e outros sete são investigados.
Um óbito foi confirmado em São Paulo, cinco em investigação — destes, três são na capital e dois em São Bernardo do Campo. Também há duas suspeitas de óbito em Pernambuco, sendo um em Lajeado e um em João Alfredo.