Disputa global por chips pode paralisar produção nacional de carros em duas semanas
Alerta foi feito pelo presidente da associação que reúne as montadoras de veículos no Brasil ao vice-presidente Geraldo Alckmin; Disputa envolve o controle de uma empresa chinesa de semicondutores A Associação que reúne as montadoras de veículos no Brasil considera que existe risco de paralisação da produção de carros devido à crise geopolítica envolvendo os semicondutores. A paralisação poderia ocorrer em questão de semanas.
Em nota enviada à CBN, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, alerta que a cadeia automotiva emprega um milhão e trezentos mil brasileiros e cobra que se busque uma solução. Ele pontua que o momento para as montadoras já era desafiador sem esse risco de paralização, devido à taxa de juros alta e o desaquecimento da demanda. "A urgência é evidente, e a mobilização se faz necessária para evitar um colapso na indústria", afirma o presidente da Anfavea.
A associação já encaminhou um alerta formal sobre esse risco ao governo federal para evitar o desabastecimento de semicondutores no país.
A disputa global por semicondutores ficou mais acirrada no último mês, depois que o governo holandês assumiu o controle de uma gigante da produção de semicondutores, a Nexperia. A empresa atua no país como subsidiária de um grupo chinês.
Como resposta, a China restringiu a exportação de componentes eletrônicos. Isso já afeta a produção em fábricas automotivas na Europa. Num segundo momento, poderia afetar a produção brasileira.
Muitos dos semicondutores usados na produção brasileira são importados de fornecedores que compram chips da Nexperia.
A estimativa da indústria é de que um veículo atual use, em média de mil a 3 mil chips. Caso o fornecimento desses componentes seja interrompido, a produção precisaria ser paralisada.
