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A gente sempre ouviu falar de artistas considerados sex symbols, ou, no bom português, símbolos sexuais. Mas o momento é mais do que oportuno para prestarmos atenção nas “age symbols’’, atrizes que estão brilhando nas novelas atuais: Arlete Salles, a Josefa de “Três Graças’’; e Suely Franco, a Rosa de “Dona de mim’’. Num mundo muitas vezes rude, que menospreza a maturidade e desvaloriza a bagagem acumulada ao longo dos anos, elas se destacam e inspiram. Mostram, na prática, que as pessoas mais experientes, em breve a maioria em nosso país, têm muito a oferecer.

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Símbolos são importantes porque representam valores de um grupo social, além de comunicarem coletivamente. Há poucos anos, a imagem que se tinha da população mais velha em vagas de estacionamento, por exemplo, era a de uma pessoa curvada segurando uma bengala. Uma visão estereotipada e equivocada, mas que vigorou até 2022! Octogenárias em plena atividade, Arlete e Suely são “age symbols’’ para seus contemporâneos, que as assistem e pensam: “Eu também posso continuar fazendo, vivendo e me reinventando”. Ao mesmo tempo, servem como referências para as gerações mais jovens, aquelas que geralmente ocupam posições de comando e são responsáveis pelas tomadas de decisão. As cidades e as instituições é que precisam se adaptar aos idosos, e não o contrário. Inclusão não é caridade, é reconhecimento do valor de quem construiu a sociedade que conhecemos.

As duas personagens levantam temas pertinentes: Alzheimer na novela das sete, assim como a relevância das profissionais cuidadoras e até a negligência familiar no folhetim das nove. Questões básicas como acessibilidade nos espaços ou saúde física e mental das pessoas em idade mais avançada são primordiais. Mas as necessidades atuais vão muito além. Os idosos estão aí dispostos a se divertir. Querem dançar, ir ao teatro, ao cabeleireiro, desejam viajar... Comerciantes e empresários que ainda não perceberam isso, oferecendo atendimento mais atencioso e personalizado, não têm visão de mercado, nem do próprio futuro.

Quem acompanha os bastidores de uma novela sabe quão intensa é a rotina de gravação. Muita espera, muito texto a ser lido... Arlete e Suely participam de numerosas sequências, entregando performances que têm provocado a admiração dos espectadores. Merecem aplausos pela vitalidade e pelo talento. São, sem dúvida, “age symbols’’ num meio em que a juventude costuma roubar a cena. Velha (nem) é a vovozinha!

Gabriela Germano é editora-assistente e atua na área de cultura e entretenimento desde 2002. É pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Uerj e graduada pela Unesp. Sugestões de temas e opiniões são bem-vindas. Instagram: @gabigermano E-mail: gabriela.germano@extra.inf.br

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