Deputados de partidos com cargos no governo representam mais de 40% dos votos a favor do PL da Dosimetria; saiba quem são

 

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O PL da Dosimetria foi aprovado pela Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, por 291 votos a favor e 148 votos contrários. Entre os deputados que apoiaram, 122 são de partidos com cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que representa 41,9% dos votos. A proposta contou com ampla adesão de siglas do Centrão, além do PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode ter a pena de sua condenação por golpe de Estado reduzida pelo projeto.

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A articulação para a votação ocorreu após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se apresentar como o nome escolhido pelo ex-presidente como candidato do campo da direita nas eleições presidenciais de 2026. O parlamentar chegou a afirmar que teria "um preço" para desistir, condicionando a candidatura à pauta da anistia, mas, dias depois, frisou que a iniciativa é "irreversível".

Entenda a votação

Os votos contra o projeto ficaram restritos à base de partidos mais ideologicamente ligados ao governo, como o PT, o PSOL, o PDT e o PSB. No caso das duas primeiras siglas, a votação foi unânime contra a proposta, enquanto o PDT e o PSB tiveram apenas um voto favorável cada um, dos deputados Flávia Morais (GO) e Jonas Donizette (SP), respectivamente.

O número poderia ter chegado a 169 deputados caso o União Brasil ainda estivesse com cargos. Nesta semana, a sigla expulsou o ministro do Turismo, Celso Sabino, após ele se recusar a cumprir a ordem de deixar o governo. Assim, com mais 47 votos a favor, o percentual chegaria a 58%.

1. Partido Progressista (PP):

Entre os partidos com ministérios, o PP foi a legenda com mais votos favoráveis ao projeto. A sigla é representada no governo por André Fufuca, ministro do Esporte, e contribuiu com 39 votos a favor e somente dois contra. Outros nove parlamentares não votaram.

Um dos que apoiou foi o deputado federal Arthur Lira (AL). Ex-presidente da Câmara, ele foi o relator do projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) sancionado por Lula neste mês, e chegou a instalar outdoors em Alagoas para divulgar a aprovação da medida, uma das principais pautas do governo.

Lira também indicou o atual presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, em 2023. Em outubro deste ano, o governo promoveu mudanças em postos-chave da instituição em meio a um processo de demissões para responder à derrota imposta pela Câmara na tramitação da medida provisória alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Vieira, no entanto, permanece no cargo.

2. Movimento Democrático Brasileiro (MDB):

Depois do PP, o partido com mais votos foi o MDB, com 25. A sigla conta com três representantes na Esplanada: os ministros Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes) e Simone Tebet (Planejamento).

O partido também contou com 5 votos contrários — Fábio Teruel (SP), Isnaldo Bulhões (AL), Iza Arruda (PE), Rafael Brito (AL) e Emanuel Pinheiro (MT) —, enquanto outros 12 deputados estiveram ausentes.

3. Partido Social Democrático (PSD):

Partido de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, André de Paula, ministro da Pesca, e Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, o PSD acumulou 24 votos a favor do PL da Dosimetria. A legenda foi a única a contar com abstenção, do deputado Sidney Leite (AM).

Outros 12 foram conta, e 10 não compareceram à votação. Nesta terça-feira, Leite esteve no lançamento do programa CNH do Brasil, sancionado por Lula, com o objetivo de facilitar o acesso à carteira de motorista no país.

4. Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT):

Ambos os partidos contaram com votos únicos a favor, dos deputados Flávia Morais (PDT-GO) e Jonas Donizette (PSB-SP). O PSB teve 12 votos contrários e três ausências, enquanto o PDT teve 13 posicionamentos contra e dois deputados ausentes.

O PSB é representado no governo pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e pelo ministro do Empreendedorismo, Márcio França. Já o PDT conta com os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Wolney Queiroz (Previdência Social).

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