Conceição Evaristo é celebrada na FLUP 2025, que toma Madureira com shows, arte e debates globais
A Zona Norte do Rio no centro da produção cultural brasileira: entre 19 e 23 e 27 e 30 de novembro, Madureira recebe a 15ª edição da FLUP, que amplia seu alcance internacional, aprofunda o diálogo com a diáspora negra e celebra Conceição Evaristo, a primeira homenageada viva da história do festival.
Com atividades distribuídas pelo Viaduto de Madureira, CUFA e Zê Êne, o evento reúne autores, artistas e pensadores do Brasil, África, Caribe, América do Norte e Europa — além de uma programação musical que inclui Jonathan Ferr, Mano Brown, Majur, Sandra Sá, Mart’nália e Luedji Luna.
A FLUP 2025 gira em torno do tema “Ideias para reencantar o mundo”, defendendo a arte como força de transformação social. Para Julio Ludemir, diretor e idealizador, celebrar Conceição Evaristo é reafirmar a escrita e a memória como ferramentas de luta, beleza e futuro.
Julio Ludemir, diretor, curador geral e idealizador da Flup
Reprodução/Hildemar Terceiro
LINE-UP — Primeira semana (19 a 23/11)
Jonathan Ferr, Majur e Mano Brown se apresentam na Flup 2025.
Divulgação
Quarta-feira, 19/11
Concerto para Conceição — Jonathan Ferr
Fuzuê d’Aruanda
Agbara Dudu
Awurê
Akiyo (com Fanswa Ladrezeau)
Bateria da Portela
Quinta-feira, 20/11
Mano Brown — apresentação especial no Dia da Consciência Negra
Domingo, 23/11
Majur — encerramento da primeira semana
Ingressos: gratuitos, com retirada pelo Sympla
Exposições, formação e ocupação comunitária
A abertura da FLUP traz a exposição “Fanon, revolucionário anticolonial: um programa de desordem absoluta”, dedicada aos 100 anos de Frantz Fanon. Curada por Handerson Joseph e Sílvia Capanema, a mostra reúne documentos raros, imagens inéditas e obras produzidas com inteligência artificial pelo coletivo Códigos Negros.
O festival também dá continuidade ao projeto Batalha da Memória, que envolve 16 escolas municipais em um percurso de três meses. A final 1 acontece na abertura, e a finalíssima integra a programação principal, reforçando o caráter formativo da Flup.
A CUFA Madureira recebe o Festival Literário da Igualdade Racial (FLIIR), voltado à literatura negra e indígena, enquanto o Zê Êne abriga as semifinais do Slam BR, oficinas e encontros com editoras independentes.
Debates internacionais e cruzamento de saberes
A curadoria estrangeira, assinada pela pesquisadora franco-senegalesa Mame-Fatou Niang, amplia o intercâmbio entre produções brasileiras e discursos negros globais.
Mame-Fatou Niang
Reprodução/ Hildemar Terceiro
Entre os debates mais esperados estão:
Conceição Evaristo e Mireille Fanon, filha do autor de Os condenados da Terra
Michelle Alexander em entrevista a Raull Santiago, sobre racismo e encarceramento
Itamar Vieira Junior e Olivier Marboeuf
Discussões com Patrick Chamoiseau, Felwine Sarr, Fabienne Kanor, Dionne Brand, Christina Sharpe, Liz Gomis, Ruha Benjamin, Geni Núñez e Bonaventure Ndikung
No campo audiovisual, o cineasta britânico Steve McQueen participa da Gira de Cineastas, aproximando criadores brasileiros de narrativas que atravessam fronteiras e memórias coloniais.
Música, tradição e celebração da noite
Além dos grandes palcos, a FLUP ocupa Madureira com manifestações culturais que atravessam gerações: apresentações do Fuzuê d’Aruanda, do bloco Agbara Dudu, sons afrodiaspóricos do Awurê, ritmos caribenhos do Akiyo, a potência da Bateria da Portela e edições especiais do tradicional Baile Charme.
SERVIÇO — FLUP 2025
Datas:
Primeira semana - 19 a 23 de novembro
Segunda semana - 27 a 30 de novembro
Locais:
Viaduto de Madureira (Viaduto Pref. Negrão de Lima), Rua Francisco Batista, 01
CUFA Madureira, Rua Francisco Batista, 01
Zê Êne, Rua Carvalho de Souza, 182, Loja F
Ingressos: gratuitos (retirada via Sympla)
Classificação: livre
