Chuva de meteoros atinge o pico nesta noite e promete espetáculo no céu noturno; saiba como assistir
Nosso universo pode estar repleto de maravilhas cósmicas, mas só uma pequena fração dos fenômenos astronômicos pode ser vista a olho nu. As chuvas de meteoros — verdadeiros fogos de artifício naturais que cruzam intensamente o céu noturno — estão entre eles.
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O evento mais recente, as Oriônidas, é um dos preferidos entre os observadores por causa dos rastros luminosos e velozes que riscam o céu nas proximidades do grupo de estrelas conhecido como Cinturão de Órion. Assim como a chuva de meteoros Eta Aquáridas, que atingiu o pico em maio, as Oriônidas ocorrem quando a Terra cruza uma região do espaço repleta de fragmentos deixados pelo cometa Halley.
A chuva está ativa desde 2 de outubro e deve continuar até 7 de novembro, segundo a Organização Internacional de Meteoros. O ponto máximo de visibilidade ocorre entre terça e quarta-feira (21 e 22 de outubro).
As Oriônidas podem ser observadas de ambos os hemisférios a olho nu. E as condições prometem ser favoráveis neste ano, já que a Lua estará em fase nova, reduzindo o brilho no céu.
Para quem quiser se preparar, há ferramentas baseadas em dados da Global Meteor Network que indicam, em tempo real, quando o número de bolas de fogo tende a aumentar nos próximos dias.
De onde vêm as chuvas de meteoros
É possível ver um meteoro em qualquer noite, mas as chances aumentam durante uma chuva como essa. O fenômeno acontece quando a Terra passa por uma trilha de detritos cósmicos deixados por cometas ou asteroides em sua órbita ao redor do Sol. Essas pequenas partículas — muitas vezes menores que um grão de areia — queimam ao entrar na atmosfera, criando um rastro luminoso.
As chuvas de meteoros costumam ocorrer na mesma época todos os anos e podem durar dias ou semanas, mas só atingem o auge quando a Terra atravessa a região mais densa dos fragmentos espaciais. Esse momento, conhecido como pico, é o mais indicado para observação.
Do ponto de vista terrestre, os meteoros parecem surgir de um mesmo ponto no céu. A famosa Perseidas, por exemplo, tem seu auge em agosto, na constelação de Perseu, enquanto as Geminídeas, observadas em dezembro, irradiam de Gêmeos.
Como observar o espetáculo
Para apreciar o fenômeno, não é preciso telescópio ou binóculo. “Você só precisa dos seus olhos e, idealmente, de um céu escuro”, explica Michelle Nichols, diretora de observação pública do Planetário Adler, em Chicago.
Os equipamentos podem até atrapalhar, já que reduzem o campo de visão — e os meteoros cruzam grandes áreas do céu. Algumas chuvas chegam a produzir até 100 rastros por hora, segundo a American Meteor Society, embora o número visível varie conforme as condições locais.
“Quase todo mundo vive sob um céu afetado pela poluição luminosa”, lembra Nichols. “Mesmo em cidades pequenas, é comum haver luzes fortes que atrapalham a observação.”
Ela recomenda buscar áreas afastadas, com o auxílio de planetários, clubes de astronomia ou mapas especializados. As melhores condições são céu limpo, sem Lua ou nuvens, entre a meia-noite e o amanhecer. É importante também permitir que os olhos se acostumem à escuridão por cerca de 30 minutos antes de começar a observar.
Nichols sugere vestir roupas em camadas, mesmo em noites quentes: “Você vai ficar parado por bastante tempo, e sempre esfria”, diz. Uma xícara de chocolate quente ou chá pode ajudar a manter o conforto. Depois, é só relaxar, olhar para o alto e aproveitar o espetáculo celeste.
