Chile vive primeira eleição com voto obrigatório desde o retorno à democracia

 

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O Chile vai às urnas neste domingo (16) para escolher presidente, renovar toda a Câmara dos Deputados e metade do Senado. É o nono processo presidencial desde o retorno à democracia, em 1990, e o primeiro em que o voto se torna obrigatório para todos os cidadãos de 18 a 65 anos, conforme a legislação recentemente aprovada.

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A expectativa das autoridades eleitorais é de que a obrigatoriedade amplie significativamente a participação popular, possivelmente dobrando o número de votantes em relação aos pleitos anteriores. Esse aumento pode tornar ainda mais provável a necessidade de um segundo turno, já marcado para 14 de dezembro, caso nenhum dos postulantes alcance a maioria exigida.

Campanha dominada por segurança, imigração e economia

A disputa reúne oito candidatos: Franco Parisi (Partido Popular), Jeannette Jara (Unidade pelo Chile), Marco Enríquez-Ominami (Partido Progressista), Johannes Kaiser (Partido Nacional Libertário), José Antonio Kast (Partido Republicano), Eduardo Artés (Ação Proletária), Evelyn Matthei (Chile Vamos) e o independente Harold Mayne-Nicholls. Segundo sondagens divulgadas antes da veda eleitoral, Jara, da esquerda, e Kast, da ultradireita, aparecem na liderança, com Kaiser em seguida, em uma disputa marcada por debates sobre segurança pública, migração irregular e recuperação econômica.

Os colégios eleitorais abriram às 8h no horário local e permanecerão abertos até as 18h. A votação também envolve, além da escolha presidencial, a totalidade dos deputados e parte dos senadores, definindo a nova correlação de forças no Congresso para os próximos anos.

No início da manhã, a agência AFP registrou o início da votação do atual presidente Gabriel Boric, que destacou a centralidade do combate à delinquência e à migração irregular no debate público — temas que dominaram os últimos meses de campanha.

No passado, o voto no Chile era facultativo, modelo adotado em 2012. A mudança para a obrigatoriedade buscou elevar a participação, que vinha em queda, e fortalecer a representatividade das decisões eleitorais em um país que atravessa intensos debates sobre reformas políticas e sociais.