Casais são propensos a ter os mesmos transtornos psiquiátricos; saiba por que

 

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No último dia 28, em estudo publicado na Nature Human Behaviour, foi revelado que casais em relacionamentos de longo prazo têm maior probabilidade de compartilhar os mesmos transtornos psiquiátricos. A pesquisa, que analisou mais de seis milhões de casais em Taiwan, Dinamarca e Suécia, identificou que condições como depressão, ansiedade, esquizofrenia, TDAH, transtorno bipolar, autismo, TOC, anorexia nervosa e abuso de substâncias são mais comuns de ocorrer em ambos os parceiros do que seria esperado por acaso. OMS | Mais de 1 bi de pessoas no mundo vivem com algum tipo de transtorno mental Setembro Amarelo | Influenciadores ganham guia da ABP para falar de saúde mental Os cientistas chamam esse fenômeno de correlação conjugal. Ele já havia sido observado em outras características como crenças religiosas, preferências políticas, nível educacional e até hábitos de consumo de substâncias. No caso dos transtornos psiquiátricos, três fatores principais ajudam a entender o padrão: Escolha de parceiros semelhantes: tendemos a buscar companheiros com características próximas às nossas. Limitações sociais: nossas opções de relacionamento são influenciadas por contexto cultural, geográfico e econômico. Convivência prolongada: viver juntos por anos faz com que casais compartilhem rotinas, hábitos e até vulnerabilidades emocionais. Segundo os autores, é difícil apontar qual desses fatores pesa mais, mas todos parecem contribuir para que casais acabem apresentando condições de saúde mental parecidas. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Resultados consistentes entre diferentes países Mesmo com culturas e sistemas de saúde distintos, os resultados se mostraram estatisticamente consistentes nos três países analisados. Apenas em alguns transtornos, como TOC, transtorno bipolar e anorexia, houve pequenas variações. Casais são propensos a ter os mesmos transtornos psiquiátricos (Imagem: Andrik Langfield/Unsplash) Outro ponto importante é que, em Taiwan, o estudo também analisou sucessivas gerações, confirmando que esse padrão se mantém ao longo do tempo. Isso reforça a ideia de que a correlação conjugal é um fenômeno universal. Impactos na genética e na saúde mental dos filhos O estudo também observou que quando ambos os pais compartilham o mesmo transtorno, o risco de a condição aparecer nos filhos aumenta. Esse achado coloca em xeque uma suposição comum em análises genéticas: a de que nossos padrões de acasalamento são aleatórios. Se pessoas com determinados transtornos psiquiátricos tendem a se relacionar entre si, isso altera as estimativas sobre o peso dos fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento dessas doenças. Assim, compreender a dinâmica conjugal pode ajudar a melhorar diagnósticos e tratamentos no futuro. Leia também: Traumas na infância causam problemas de saúde mental em adolescentes brasileiros Toque físico reduz dor, depressão e ansiedade VÍDEO | BEIJO À DISTÂNCIA   Leia a matéria no Canaltech.