Carlinhos de Jesus relembra abraço dado na mãe do assassino do filho dele: 'Não existe dor maior'
A dança é a companhia constante na vida de Carlinhos de Jesus. Até mesmo nos momentos em que ele ficou sem chão. Foi assim, por exemplo, quando ele viveu a maior dor que um pai pode ter: a morte de um filho. O primogênito de Carlinhos, Carlos Eduardo, o Dudu, foi assassinado em novembro de 2011 por um policial militar, motivado por ciúme de uma mulher.
— Enterrar um filho é totalmente contra a lógica. Ali eu me revoltei com muita coisa. Foi como se a vida tivesse acabado. Uma semana depois, fui fazer um show nos Emirados Árabes. Renata Vasconcellos foi a âncora do evento. Antes que eu entrasse no palco, ela contou ao público o que tinha acontecido. Antes de eu me apresentar, todos aqueles xeiques ficaram de pé e me aplaudiram. A dança me amparou ali. Mas, no caso da perda de um filho, nada vai consolar. Só me dê um abraço e pronto — diz o jurado do "Dança dos famosos".
Dudu, filho de Carlinhos de Jesus, foi assassinado em 2011
Reprodução/Instagram
Atitude idêntica teve o artista quando ficou frente a frente com a mãe do assassino de Dudu, no dia do julgamento.
— No intervalo, fui ao banheiro e me deparei com aquela senhora. Eu te pergunto: o cara deu os oito tiros, mas os pais dele têm culpa? Quem sou eu para mensurar qual dor é maior? Ela estava perdendo o filho dela também. Eu não me lembro mais o que falei, mas nos abraçamos. Ela estava fragilizada. Foi instintivo — diz Carlinhos, que chora ao relembrar.
Carlinhos de Jesus passa por acusados de matar seu filho, durante julgamento
Brunno Dantas/Divulgação TJRJ/2017
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