Bap desconversa sobre bandeira branca em disputa do Flamengo com Libra e compara ao Clube dos 13: 'Próximo passo é a Justiça'

 

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A resolução do imbróglio entre Flamengo e Libra passará pelos tribunais: é o que garante o presidente Luiz Eduardo Baptista. O rubro-negro conseguiu uma liminar na Justiça para bloquear um repasse dos direitos de TV relacionados a audiência, por não concordar com a forma de divisão feita pelo grupo. O dirigente afirma ter tentado chegar a um acordo com os demais clubes, e que agora o caso irá a uma arbitragem.

Bap esteve presente no Fórum Rio Empreendedor nesta quinta-feira, e desconversou sobre a chance de ter alguma "bandeira branca" na disputa com a Libra.

— Eu não acho que seja o caso de a gente falar em levantar bandeira branca. Não concordamos com o critério de divisão. Nós discutimos durante seis meses sobre esses critérios. A visão do Flamengo é muito clara: 70% do dinheiro está sendo dividido como todo mundo achava que deveria ser: baseado em preceitos europeus. Os outros 30% reconhecem o tamanho de cada um. O Flamengo não vai aceitar que tenha qualquer tipo de redutor na conta. Eu acho que qualquer redutor conceitual, social, filosófico que exista já está embutido nos outros 70% — disse ao site "Uol".

— Vamos para a arbitragem. Tentamos durante oito meses chegarmos a um acordo. O próximo passo é a Justiça, e a arbitragem vai decidir como é que isso vai ser. E nós todos vamos ter que conviver com a decisão da arbitragem, que também tem previsão estatutária — complementou.

O presidente rubro-negro criticou o fato de o grupo nunca ter discutido sobre a formação de uma liga, segundo ele, e comparou a desunião ao Clube dos 13, que chegou a organizar Campeonatos Brasileiros na década de 1980, mas não teve longevidade.

— A conversa sobre a liga tem um palmo de profundidade. É só uma conversa conceitual. O que vai vir daí? Nada. Isso é uma autocrítica, e eu me incluo nisso. Os clubes reclamam da CBF, mas o que a gente faz de fato de proposta concreta? Nada — cutucou.

— Dentro da Libra, não há nenhuma discussão sobre absolutamente nada que não seja divisão de dinheiro. Eu pergunto para quem acompanha o futebol: qual é a diferença disso para o Clube dos 13? Nenhuma. A diferença é que estamos todos mais velhos, com menos cabelo, mais gordos e discutimos mesmos problemas — declarou.

Na entrevista, o dirigente também negou que o Flamengo está asfixiando algum clube ao travar os repasses da Globo à Libra, e disse não ver espírito de colaboração.

— Há 13 anos, a gente não tinha dinheiro para comprar lâmpada e nem papel higiênico. Estava lá e não me recordo de ninguém chegar e mandar um vale-ajuda para o Flamengo. Não existe esse espírito de colaboração de coirmandade entre os clubes. Se você construir um conceito de liga, seja por meio da Libra ou da Liga Forte, pode ser que a gente entenda que, em algumas coisas fora de campo, deveríamos colaborar e não competir. Mas isso pressupõe o quê? Amadurecimento, comportamento diferente, uma relação diferente entre os clubes.