Avesso a rótulos, Jards Macalé gostava de ser chamado de maior discípulo de João Gilberto: 'É uma honra'
Jards Macalé nunca aceitou rótulos. Sua morte, confirmada nesta segunda-feira (17), encerra uma trajetória de 60 anos que nunca coube numa prateleira. Ele ganhou a fama de “maldito” da MPB, ao lado de Luiz Melodia, Jorge Mautner e Itamar Assumpção, por não se render aos desígnios das gravadoras.
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“Venci muita coisa para chegar aos 80. Venci o ódio, a indiferença, a tentativa de exclusão, a ditadura, a pandemia. Eu era dito maldito, taxado de várias coisas. Atualmente, sou o irreverente. Chega de rótulos, sou só um músico que ama a música brasileira, ama o Brasil e ama ser brasileiro", contou em 2023, em entrevista ao jornal "O tempo".
Mas teve uma comparação que, curiosamente, ele deixou entrar no peito com gosto: ser chamado de “o maior discípulo de João Gilberto”.
“Gosto da comparação, imagina se não vou gostar”, respondeu em entrevista ao UOL em 2019, completando: “O João me chamou várias vezes pra casa dele, foi na minha casa, a gente tocou e se tornou amigo. Ele me mostrou ‘a batida’. Uma vez, ele tocou pra mim a mesma batida durante horas seguidas.”
O cantor e compositor, de 82 anos, estava internado na Barra da Tijuca tratando uma broncopneumonia. Sofreu uma parada cardíaca.
