Autoridades investigam morte de passageira de 80 anos deixada para trás por cruzeiro em ilha remota na Austrália; veja o que se sabe

 

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As autoridades australianas investigam as circunstâncias da morte de Suzanne Rees, de 80 anos, passageira que foi deixada para trás em uma ilha remota durante um cruzeiro de luxo pela costa norte da Austrália. O caso levou à inspeção do navio Coral Adventurer, operado pela empresa Coral Expeditions, e à suspensão da viagem.

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Agentes da Autoridade Australiana de Segurança Marítima (Amsa) embarcaram no navio mais de dez dias após o incidente, em uma ação conjunta com a Polícia de Queensland e o legista do estado. A Amsa informou à BBC que não poderia comentar o caso enquanto o inquérito estiver em andamento.

O Coral Adventurer realizava um cruzeiro de 60 dias ao redor da Austrália, e as passagens chegavam a dezenas de milhares de dólares. A tragédia ocorreu durante a primeira parada da viagem, na Ilha Lizard — também conhecida pelos nomes Jiigurru ou Dyiigurra, na região norte da Grande Barreira de Corais.

Os passageiros foram levados em pequenos barcos (“tenders”) para atividades como caminhadas e mergulho. Suzanne participava de uma dessas caminhadas, mas decidiu se afastar do grupo para descansar. O navio deixou a ilha sem perceber sua ausência e só retornou várias horas depois, quando a tripulação notou que a passageira não havia voltado.

A filha da vítima, Katherine Rees, afirmou que a família ficou “chocada e triste por o Coral Adventurer ter deixado a Ilha Lizard após uma excursão organizada” sem a mãe dela. Ela descreveu Suzanne como uma “idosa ativa de 80 anos” e integrante de um grupo de caminhadas.

— Pelo pouco que nos foi dito, parece que houve uma falha de cuidado e de bom senso — declarou.

Katherine acrescentou que espera que a investigação determine o que “a empresa deveria ter feito e que poderia ter salvado a vida da minha mãe”.

— Entendemos, segundo a polícia, que era um dia muito quente, e mamãe passou mal durante a subida de um morro [na ilha] — relatou a filha: — Pediram que ela voltasse sozinha. Depois, o navio partiu, aparentemente sem fazer uma contagem de passageiros. Em algum momento dessa sequência, ou logo depois, mamãe morreu, sozinha.

Uma operação de busca e resgate foi iniciada na noite de 25 de outubro, quando o desaparecimento foi constatado, mas o corpo de Suzanne foi encontrado no dia seguinte, em uma área isolada da ilha.

Cruzeiro cancelado

Com a morte da passageira e problemas mecânicos no navio, o cruzeiro foi cancelado. Os passageiros desembarcaram na Ilha Horn, no extremo norte de Queensland, e foram levados ao continente por um voo fretado.

O Coral Adventurer deveria atracar em Cairns, sede da empresa, mas acabou ancorando alguns quilômetros ao norte, próximo à costa de Yorkey’s Knob, por falta de vagas disponíveis. Na manhã seguinte, investigadores constataram que apenas uma tripulação reduzida permanecia a bordo. Dados de rastreamento indicaram que um dos tenders se deslocou entre o navio e a costa na noite anterior.

O navio havia partido de Cairns em 24 de outubro, após um atraso de cerca de uma semana devido a problemas técnicos.

Em comunicado, o diretor executivo da Coral Expeditions, Mark Fifield, afirmou que a companhia está “trabalhando em estreita colaboração com a Polícia de Queensland e outras autoridades para apoiar a investigação” e declarou que estão “profundamente arrependidos pelo ocorrido”, oferecendo apoio à família Rees.