Asfura, favorito de Trump, retoma a liderança na eleição presidencial de Honduras

 

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O empresário de direita Nasry Asfura, apoiado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, retomou a liderança na contagem de votos da eleição presidencial hondurenha nesta quinta-feira, embora permaneça em empate técnico com o apresentador de televisão Salvador Nasralla.

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Asfura, de 67 anos, do Partido Nacional (PN), havia assumido a liderança no domingo, dia da apuração dos votos, mas na terça-feira, após problemas com o sistema informatizado, foi ultrapassado por Nasralla, do Partido Liberal (PL), de direita.

Com 86,76% dos votos apurados, Asfura lidera com 40,24%, contra 39,41% de Nasralla, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) interrompeu a divulgação de dados na madrugada de segunda-feira, levando Trump a ameaçar Honduras com "sérias consequências" caso decidissem "alterar os resultados".

O serviço foi retomado no dia seguinte, mas foi novamente interrompido na quarta-feira por três horas para manutenção do sistema.

A presidente do CNE, Ana Paola Hall, explicou que estão sendo inseridas no sistema as atas de apuração que não puderam ser transmitidas no dia da eleição. Juntas especiais incluirão aquelas que apresentarem inconsistências.

O Secretário de Estado Adjunto dos EUA, Christopher Landau, pediu garantias quanto à contagem dos votos, afirmando que a democracia "está em jogo". "Os olhos do mundo, inclusive os nossos, estão voltados para Honduras", alertou.

Por sua vez, Marlon Ochoa, representante da ala esquerda governista no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), reiterou sua acusação de suposta "fraude" na contagem dos votos, orquestrada pelas conselheiras Hall, do Partido Liberal (PL), e Cossette López, do Partido Nacional (PN), com "apoio público de Washington". "Estamos enfrentando um golpe que busca violar e usurpar a soberania popular", disse Ochoa.

A contagem fragmentada dos votos mantém a empobrecida nação centro-americana em alerta, um país também assolado pela violência relacionada ao narcotráfico, gangues e corrupção.

Trump interveio na reta final das eleições, incentivando os hondurenhos a votarem em Asfura.

Ele também concedeu indulto ao ex-presidente Juan Orlando Hernández (2014-2022), ex-líder do Partido Nacional (PN), que havia sido condenado no ano passado a 45 anos de prisão por tráfico de drogas. Hernández foi liberto na segunda-feira.

O presidente dos EUA classificou Nasralla, de 72 anos, como "quase um comunista" por ter ocupado um cargo importante no atual governo da presidente Xiomara Castro. No entanto, o jornalista, que deixou o governo de esquerda no ano passado, declara-se admirador dos presidentes de direita da Argentina, Javier Milei, e de El Salvador, Nayib Bukele.