Após uma semana de cativeiro, 24 meninas sequestradas em escola são libertadas na Nigéria

 

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As 24 alunas sequestradas na semana passada de uma escola no noroeste da Nigéria foram libertadas e seguem sob custódia das autoridades estaduais, confirmou o presidente Bola Tinubu nesta segunda-feira (25).

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O grupo havia sido levado durante a madrugada de 17 de novembro, quando homens armados invadiram a Escola Secundária Abrangente do Governo para Meninas, na cidade de Maga, estado de Kebbi. Segundo o diretor Musa Rabi Magaji relatou à Associated Press (AP), 25 estudantes foram capturadas, mas uma delas conseguiu escapar ainda no mesmo dia.

Ao comentar o caso, Tinubu disse sentir “alívio” com a recuperação das jovens e pediu que as forças de segurança reforcem a vigilância em regiões consideradas vulneráveis para evitar novos ataques. O presidente afirmou que operações precisam ser intensificadas especialmente em áreas onde a presença do Estado ainda é limitada, um cenário que, segundo ele, acaba favorecendo a atuação de grupos armados.

Pertences são vistos dentro de um dormitório estudantil

IFEANYI IMMANUEL BAKWENYE/AFP

Situação das vítimas e resposta oficial

Autoridades estaduais informaram que as meninas permanecem sob avaliação médica e administrativa antes de serem levadas para Birnin Kebbi, capital da província. O objetivo, segundo o governo local, é garantir que todas estejam em condições seguras para o reencontro com as famílias. Abdulkarim Abdullahi, pai de duas estudantes, disse à AP que foi notificado sobre o estado de saúde das filhas e que aguarda orientações sobre o processo de reunificação.

Armários abertos e pertences pessoais espalhados são vistos dentro de um dormitório

IFEANYI IMMANUEL BAKWENYE/AFP

A libertação das alunas ocorre em meio a uma escalada de ataques em diferentes partes da Nigéria. Na mesma semana do sequestro em Kebbi, gangues armadas invadiram a Escola Católica de Santa Maria, no estado de Níger, fazendo mais de 300 crianças e funcionários reféns, conforme reportado pela AFP. Cerca de 50 estudantes conseguiram fugir dias depois, mas a maioria permanece desaparecida.

O aumento da violência também se estendeu ao estado de Kwara, onde dez pessoas foram sequestradas após uma operação policial na cidade de Isapa, e a Eruku, onde 38 fiéis foram feitos reféns durante um ataque contra uma igreja. Esses episódios reforçam a persistência de um fenômeno que ganhou projeção internacional em 2014, quando o Boko Haram levou 276 meninas de uma escola em Chibok — marco dos chamados “sequestros escolares”.

Na última década, mais de 1.500 estudantes foram privados de liberdade em ações semelhantes, muitos libertados apenas mediante pagamento de resgates, enquanto líderes de grupos armados raramente enfrentam punições significativas. A violência atinge tanto comunidades muçulmanas quanto cristãs, contrariando alegações de perseguição direcionada feitas por autoridades estrangeiras.