Após depoimentos, PF faz acareação entre dono do Banco Master e ex-presidente do BRB

 

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A Polícia Federal realizou uma acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, após concluir os depoimentos dos envolvidos no processo de liquidação do banco, na noite desta terça-feira. A medida foi adotada para confrontar versões consideradas divergentes pela delegada que conduziu as oitivas. O diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, também prestou depoimento, mas foi dispensado da acareação. Ele não é investigado no caso.

Inicialmente, o ministro Dias Toffoli havia determinado a realização de uma acareação entre os três para esclarecer pontos ligados à liquidação do Banco Master. A decisão gerou questionamentos das defesas e críticas ao procedimento, considerado incomum. Diante disso, Toffoli recuou, autorizou primeiro a coleta dos depoimentos e deixou a decisão final sobre a acareação a cargo da delegada.

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master

Divulgação/Banco Master

Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB

Renato Alves/Agência Brasília

A ação apura irregularidades envolvendo o Banco Master, que, de acordo com a Polícia Federal, não teria recursos para honrar os títulos com vencimento em 2025. O banco tentou ser vendido ao BRB, estatal do Governo do Distrito Federal, com apoio de Paulo Henrique Costa, em uma operação que foi vetada pelo Banco Central. Depois, a autoridade monetária decretou a liquidação da instituição no mesmo dia em que a Polícia Federal realizou operação que levou a prisão de Vorcaro e de outros executivos do banco, por desvios bilionários. As apurações começaram em 2024 e indicam operações financeiras que somam cerca de 12 bilhões.

Todo o procedimento de depoimentos e da acareação foi acompanhado por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, e por um representante do Ministério Público. Vorcaro chegou à Brasília, às 11 horas da manhã, em voo de carreira. Ele está com tornozeleira eletrônica, desde que foi solto no fim de novembro. O dono do Master foi escoltado pela Polícia Federal até o STF, onde respondeu às perguntas por cerca de três horas, em seguida foi a vez de Paulo Henrique Costas e Ailton Aquino que prestaram os esclarecimentos por cerca de duas horas e meia cada um.