Acabou Mercúrio retrógrado e agora? Quais os eventos planetários que vão pautar a reta final de 2025
O fim do último ciclo de Mercúrio retrógrado reacende a curiosidade sobre o que vem pela frente, e o céu não deixa a desejar. De acordo com o Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dezembro é tradicionalmente o mês mais movimentado do calendário astronômico, e em 2025 essa tendência se confirma com superlua, chuvas de meteoros e uma série de eventos planetários visíveis a olho nu.
Dezembro no céu: saiba quando ver superlua, chuvas de meteoros e conjunções celestes neste mês
Pesquisadores do Valongo explicam que o posicionamento da Terra em sua órbita nesta época favorece a visibilidade dos planetas e a ocorrência de alinhamentos aparentes. Logo no início do mês, em 7 de dezembro, Mercúrio atinge sua maior elongação matinal — o ponto em que aparece mais afastado do Sol no céu — facilitando sua observação antes do amanhecer. Júpiter também domina as noites, brilhando cada vez mais à medida que se aproxima de sua oposição em janeiro de 2026. Saturno permanece visível no começo das noites, enquanto Urano e Netuno podem ser observados com binóculos ou telescópios em céus escuros.
Além disso, este período costuma apresentar uma atmosfera mais estável em parte do Hemisfério Sul, favorecendo a observação. A superlua de 4 de dezembro, visível ao longo de toda a noite, marca o início de uma sequência de eventos que inclui a conjunção da Lua com as Plêiades, na constelação de Touro. No dia 7, além da melhor visibilidade de Mercúrio, ocorre uma conjunção entre Lua e Júpiter antes do amanhecer.
Calendário astronômico de dezembro
Em 10 de dezembro, a Lua se aproxima da estrela Regulus, na constelação de Leão. A noite de 14 de dezembro reserva o ponto alto da chuva de meteoros Geminidas, uma das mais intensas do ano, observável a partir das 22h, na direção nordeste. No amanhecer de 18 de dezembro, Lua, Mercúrio e a estrela Antares formam uma conjunção que deve ser facilmente vista no horizonte leste.
O mês culmina no solstício de verão, em 21 de dezembro, às 12h03, marcando o início oficial da estação mais quente no Hemisfério Sul. A última grande conjunção de 2025 ocorre em 26 de dezembro, quando a Lua se alinha com Saturno no começo da noite, na constelação de Peixes — encerrando o ano com um espetáculo discreto, mas marcante.
4 de dezembro: Última superlua do ano (Lua Cheia de perigeu), também chamada de “Cold Moon”. Um bom espetáculo lunar visível em toda a noite.
7 de dezembro: Máxima elongação de Mercúrio — ideal para observação matinal antes do sol nascer. Também ocorre conjunção entre Lua e Júpiter nessa madrugada.
13–14 de dezembro: Pico da chuva de meteoros Geminidas — uma das mais intensas do ano. Céu escuro e longe de poluição luminosa garantem boa visibilidade.
17–18 de dezembro: Conjunção entre Lua e Mercúrio — último encontro brilhante do “planeta matinal” antes que ele se aproxime demais do Sol e se torne difícil de ver.
21 de dezembro: Solstício de Verão no Hemisfério Sul — marca o início do verão e traz noites mais curtas, embora em latitudes como a do Brasil a observação continue possível nas primeiras horas da noite.
De modo geral, durante todo o mês os planetas Júpiter e Saturno permanecem visíveis com facilidade — Júpiter à noite inteira e Saturno no entardecer — enquanto Urano e Netuno exigem céus escuros e binóculos/ telescópios.
Produzido desde 2016, o guia de efemérides astronômicas do Observatório do Valongo serve como referência para observadores no Brasil, reunindo os principais fenômenos visíveis a olho nu e indicando as melhores condições para acompanhá-los. Combinado às previsões internacionais, o material confirma: dezembro será um mês especialmente rico para quem olha para cima — perfeito para quem ficou órfão do drama celestial de Mercúrio retrógrado.
