15 mortes e resposta do Irã: as últimas informações sobre o ataque terrorista na Austrália
Cerca de mil pessoas se reuniram na manhã de domingo (14), na famosa praia australiana Bondi, em Sydney, para celebrar o Hanukkah. O evento -- conhecido por ser festival judaico da luz que marca a vitória de judeus em uma batalha contra os gregos há mais de 2 mil anos para praticar sua religião livremente -- foi interrompido por tiros.
A seguir, veja tudo o que se sabe sobre o ataque:
15 pessoas morreram no tiroteio, classificado pela polícia como "terrorista" e "antissemita". Um rabino britânico, um israelense e um cidadão francês estão entre as vítimas.
42 pessoas foram levadas ao hospital. Uma criança e dois policiais estão entre os feridos.
Os agressores eram pai e filho. Enquanto um deles morreu no tiroteio, o outro está hospitalizado. "O homem de 50 anos está morto. O de 24 anos está atualmente hospitalizado", disse o comissário de polícia de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon, em uma coletiva de imprensa.
O serviço de inteligência australiano investigou o mais jovem dos atacantes por possíveis ligações com o grupo Estado Islâmico, segundo a ABC. As autoridades também afirmaram que não buscam outros suspeitos.
Ao menos um artefato explosivo improvisado (IEDs) foi encontrado em um carro ligado a um dos atiradores.
Testemunhas oculares descreveram ter visto "corpos estendidos no chão".
Imagens mostraram um homem, descrito como um "herói", lutando com um dos agressores para desarmá-lo (veja o vídeo aqui). O canal local 7News identificou-o como Ahmed al-Ahmed, de 43 anos, um vendedor de frutas que teria sido baleado duas vezes e está hospitalizado.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que o ataque na praia de Bondi foi um "ato de antissemitismo maligno, um ato de terrorismo que atingiu o coração da nossa nação".
Após o ataque, as leis podem ficar mais rigorosas. "O governo está preparado para tomar todas as medidas necessárias. Isso inclui a necessidade de leis de controle de armas mais rígidas", enfatizou o primeiro-ministro em seu pronunciamento.
Líderes mundiais condenaram o ataque. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o declarou um ato "puramente antissemita".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse ter alertado seu homólogo australiano de que as políticas do país fomentavam o antissemitismo. Netanyahu classificou o ataque de "assassinato a sangue-frio" e afirmou que o antissemitismo "se espalha quando os líderes ficam em silêncio".
O presidente israelense, Isaac Herzog, relacionou o ato de violência a um "ataque muito cruel contra os judeus", enquanto o premier britânico, Keir Starmer, destacou que o Reino Unido "sempre estará ao lado da Austrália e da comunidade judaica".
O Ministério das Relações Exteriores da Palestina apontou que rejeita "todas as formas de violência, terrorismo e extremismo" em um comunicado reafirmando sua solidariedade à Austrália, que reconheceu o Estado da Palestina em setembro.
Na Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez pediu "esforços incansáveis para erradicar o antissemitismo e o terrorismo" no X (antigo Twitter).
O presidente argentino Javier Milei descreveu o ataque de Hanukkah como "horrível", completando: "o feriado em que poucos triunfam sobre muitos, que nos lembra que a luz vence as trevas".
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, repudiou o ato em sua conta no X. "É inaceitável que atos de ódio e extremismo ceifem a vida de pessoas inocentes e atentem contra valores de paz, coexistência pacífica e respeito", ressaltou. Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro também repeliu o ataque e expressou "solidariedade às famílias das vítimas, às pessoas feridas e aosO presidente da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, declarou o ataque uma tragédia "previsível" e denunciou o governo por "não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica". demais afetados".
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) manifestou sua profunda consternação e solidariedade à comunidade judaica da Austrália, declarando que "atacar judeus enquanto celebram sua fé não é apenas um crime contra indivíduos ou contra uma comunidade específica. É um ataque aos valores mais fundamentais da convivência democrática, à liberdade religiosa e ao direito de viver sem medo".
A Federação Israelita do Estado de São Paulo expressou sua solidariedade a todos que sofrem as consequências do ataque, fazendo o alerta de que "a tolerância ao discurso de ódio tem consequências reais e violentas. O silêncio e a relativização diante do antissemitismo custam vidas".
O presidente da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, sugeriu que o ataque era uma tragédia "previsível" e denunciou o governo por "não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica".
A Austrália sofreu vários ataques antissemitas em meio à guerra em Gaza, travada entre o grupo Hamas e Israel. Inclusive, o governo australiano acusou o Irã de estar por trás deles e expulsou seu embaixador.
O Irã condenou "o ataque violento", e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores redorçou que o país repudia o "terrorismo".
