Vídeos mostram chuva de granizo do 'tamanho de ovos' que levou cidade no RS a decretar emergência e feriu mais de 200 pessoas

 

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Chegou a 200 o número de feridos após o forte temporal de granizo que atingiu Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, no último domingo. Duas vítimas seguem internadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em apenas 20 minutos, pedras de gelo do tamanho de ovos atingiram cerca de 35 mil moradores — mais de um terço da população. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram o impacto do fenômeno.

Chuva de granizo: tempestade em Erechim (RS) deixa mais feridos e afeta 17 mil moradores

As pedras perfuraram telhados, capôs e vidros de veículos. O hospital da cidade ficou lotado e a Unidade de Pronto Atendimento foi aberta para atender o excesso de feridos. No total, 37 mil pessoas foram afetadas, incluindo 9,2 mil famílias.

Veja o impacto do granizo:

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Há nove desabrigados, 35 escolas sofreram danos (15 municipais e 20 estaduais) e 12 unidades básicas de saúde foram impactadas. Aulas foram suspensas, e bairros seguem sem energia, internet e telefonia. A Defesa Civil estadual atua na avaliação dos estragos.

Outro município atingido foi Ibiraiaras, onde o granizo provocou prejuízos principalmente em lavouras. Não houve feridos.

Por que o granizo foi tão intenso?

O meteorologista César Soares, da Climatempo, explicou ao GLOBO que a combinação de calor extremo, choque de massas de ar e a passagem de uma frente fria no Sul do Brasil criou o ambiente ideal para a formação de granizo de grandes proporções.

— Basicamente, a gente teve a passagem de uma frente fria pela região Sul do Brasil durante o fim de semana, numa atmosfera que já estava muito aquecida. Esse choque de massas de ar favoreceu a formação de grandes nuvens carregadas, chamadas na meteorologia de cumulonimbus. Esse tipo de nebulosidade acaba favorecendo a formação de gelo em seu interior, que eventualmente cai — afirma.

Segundo o especialista, o fenômeno não se limitou ao Rio Grande do Sul:

— Como a gente teve esse choque acontecendo em várias áreas do Sul, tivemos granizo em vários pontos. E a região central do Brasil também estava muito aquecida. Entre São Paulo e Rio de Janeiro, formou-se um ciclone subtropical que canalizou o ar quente e úmido da Amazônia para o Centro do país, favorecendo também granizo no oeste paulista, Mato Grosso do Sul e áreas de Minas.

Soares reforça que todos esses sistemas — frente fria, calor intenso, choque de massas de ar e ciclone subtropical — atuaram simultaneamente, potencializando o cenário:

— Todas essas frentes foram capazes de trazer esse choque de massas de ar.