Veterano que se encaixou como uma luva no Flamengo, Jorginho busca primeiro título da Libertadores

 

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Encaixar como uma luva. O atributo difícil de acontecer rapidamente no futebol de hoje acaba ficando reservado àqueles que são donos de talentos especiais. Mas era essa justamente a expectativa sobre Jorginho em sua chegada ao Flamengo. Desde o meio do ano, ela vem se cumprindo à risca. Talvez até demais, para um jogador que desembarcou no Rio de Janeiro com grife europeia mas ainda é estreante em tudo neste novo desafio.

O catarinense de 33 anos nunca havia atuado profissionalmente na América do Sul até se transferir do Arsenal, da Inglaterra, em junho, para a disputa da Copa do Mundo de Clubes pelo time carioca. Menos de meio ano depois, virou liderança técnica e emocional de um elenco que vai disputar a final da Libertadores hoje, às 18h, contra o Palmeiras.

Experiente, Jorginho já defendeu camisas de grandes times como Napoli e Chelsea, além da seleção italiana. O currículo inclui títulos de Liga dos Campeões da Europa e Eurocopa, assim como o terceiro lugar na Bola de Ouro, todos em 2021. Mesmo que tudo isso praticamente seja zerado ao chegar a uma nova realidade de futebol, a adaptação não pareceu problema em nenhum momento.

Gols, passes e comandos

Seu protagonismo fica mais claro no posto de batedor de pênaltis que assumiu, já tendo marcado quatro gols em 27 jogos — também deu três assistências. A qualidade vem desde a época de brilho no Chelsea e na seleção, mas balançar a rede sequer é a principal especialidade. A grande notícia para o técnico Filipe Luís e a torcida é passar a contar com um jogador que pensa o tempo em campo de maneira diferente.

Jorginho é fundamental para manter o fluxo do futebol do atual Flamengo e, em jogos em que ele ficou lesionado nesta temporada, a influência de sua influência ficou clara na saída de bola, na distribuição de jogadas e também na marcação. É o tal jogo invisível que só se aprecia olhando para além das estatísticas.

O comportamento em campo também está na “chatice” do jogador que organiza a equipe e vive dando comandos aos demais companheiros. Ele consegue jogar bem ao lado dos jogadores mais técnicos e experientes do elenco, como Arrascaeta, Pulgar e Saúl, e dos jovens que se potencializam com as orientações, como Evertton Araújo.

Uma escolha fácil

A negociação entre clube e jogador começou no início deste ano, e a transferência se concretizou em junho. Neste período, também houve consultas de outros clubes, inclusive o próprio Palmeiras. Afinal, contar com um jogador deste calibre é desejo para qualquer time — mas, para ele, a escolha não foi difícil.

— A grandeza do Flamengo fala por si só. É pelo tamanho do clube e pelo quanto eu queria voltar ao Brasil para ter a minha primeira experiência aqui estando bem. Tendo vivido tanto tempo fora, acredito que quem está lá não tem noção do quão grande é. Você precisa realmente vir aqui, viver essa experiência – disse Jorginho em entrevista ao site ge. — São muitas coisas nos bastidores. Conversei com o Palmeiras, como conversei com outras equipes. Não teve um motivo de não ir para lá e vir para cá. As conversas vão acontecendo com uma equipe, com outra, e você chega a uma decisão — revelou.

Nos dois elencos finalistas há jogadores em busca de redenção ou retomada de protagonismo, o que uma decisão deste porte permite. Para Jorginho, no entanto, é a oportunidade de conquistar o primeiro título em um novo clube onde se encaixou rapidamente e já virou indispensável.