Éverson tem trunfo dos pênaltis para Atlético-MG superar Lanús na final da Sul-Americana: 'Me destaco no jogo mental'

 

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Há cinco anos defendendo a meta do Atlético-MG, Éverson não esconde o orgulho quando fala sobre a idolatria e a identificação com o time que "tem prazer e paixão em jogar futebol". Com oito títulos conquistados até aqui, entre eles o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil em 2021, o goleiro de 35 anos tem a chance de aumentar a sua história pelo clube com o troféu inédito da Sul-Americana, na final contra o Lanús-ARG, hoje, às 17h (de Brasília), no Defensores del Chaco, em Assunção-PAR. Se houver empate até a prorrogação, o Galo pode contar com um dos melhores pegadores de pênalti do continente.

— Eu sempre gostei das disputas de pênaltis e, desde a base, sabia que isso era um diferencial para o goleiro. São momentos decisivos, em que o batedor quer resolver rápido, e consigo me destacar nesse jogo mental. Procuro estar calmo e atento a todo o contexto e atmosfera para fazer a defesa. Também carrego a história do clube, já que, em 2013, na Libertadores, o Victor foi fundamental para o título, o que aumenta ainda mais a responsabilidade — destaca Éverson ao GLOBO.

Nos playoffs da Sula, Éverson foi herói da classificação contra o Bucaramanga-COL com dois penâltis defendidos e, ainda por cima, a conversão da quinta e decisiva cobrança. Ele já catou 16 penalidades pelo Atlético-MG, sendo nove em disputas e sete no tempo normal. Quando troca justamente as mãos pelos pés, a experiência embaixo da trave é um fator que ajuda a superar o duelo com o companheiro de posição.

— Nas vezes em que fui o quinto cobrador, era a cobrança que definiria a classificação. Eu sei o quanto é uma guerra psicológica para o goleiro estar ali dentro do gol, tentando imaginar o que o batedor pode estar pensando para realizar a finalização. Acaba me ajudando saber o que o goleiro pensa para poder fazer a ação da defesa. Para mim também é difícil, mas eu me sinto mais à vontade defendendo do que batendo — diz.

Éverson se destaca por defender pênaltis na carreira

Divulgação/Atlético-MG

Natural de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, Éverson lembra que, na infância, era gândula nos jogos de seu pai, Paulo, como goleiro no futebol amador. Apesar de sempre querer seguir a referência familiar dentro de campo, ele também gostava de se aventurar como jogador de linha no futsal, o que rendeu frutos mais tarde.

Um dos motivos que levaram Éverson ao Galo, em 2020, foi justamente a facilidade no jogo com os pés. À época, o técnico Jorge Sampaoli pediu a sua contratação, sendo que ele já havia o indicado para o Santos em 2019. Acostumado a trabalhar sob o comando do argentino, o goleiro percebeu uma mudança de comportamento do treinador em sua segunda passagem pelo clube.

— De um tempo para cá, tem mostrado um lado mais leve, com mais brincadeiras, mas peguei a época dele no Santos e na primeira passagem pelo Galo, quando tudo era mais rígido e focado. Hoje ele está um pouco mais acessível e conversa mais, mas continua sendo o treinador que cobra diariamente para que a gente chegue o mais perto possível da perfeição — ressalta.

Depois de o Atlético-MG bater na trave na Libertadores e Copa do Brasil em 2024, Éverson busca fazer das mágoas do passado uma motivação extra para conquistar o título inédito da Sul-Americana. Esperando um jogo brigado por se tratar de uma decisão, o goleiro considera que a equipe chega mais preparada e confiante do que no ano passado. Pegando pênalti ou jogando com os pés, ele é peça fundamental para que, desta vez, o final seja feliz.