Venezuela envia petroleiros à China sob escolta militar e amplia tensão com os EUA
A Venezuela autorizou, nesta quinta-feira (18), a viagem de dois petroleiros de grande porte para a China, de acordo com fontes escutadas pela agência de notícias Reuters. Eles vão ser o segundo e o terceiro navios desse porte a deixar o país depois da apreensão de um veículo carregando petróleo venezuelano na última semana.
A notícia sai um dia depois de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenar a escolta militar de todos os petroleiros do país. A ordem é uma resposta à determinação do presidente norte-americano, Donald Trump, que anunciou um bloqueio total de petroleiros sancionados na terça-feira (16).
Existe uma preocupação de que a ordem de Maduro acirre ainda mais as tensões militares entre os dois países, já que a maior circulação de navios de guerra aumenta o risco de um eventual embate com a marinha americana. Algumas embarcações que já tinham como destino a Ásia e não eram alvo de sanções internacionais já receberam escolta nesta quinta.
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China se opõe ao bloqueio
A China se opôs ao bloqueio dos petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela. Pequim categorizou a ação como uma intimidação unilateral, mas não detalhou como ajudaria o país sul-americano ou se ofereceria algum tipo de refúgio a Nicolás Maduro.
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, conversou por telefone com o chanceler venezuelano Yvan Gil na quarta-feira (17). Nenhuma menção aos Estados Unidos ou à Trump foi feita no comunicado oficial da ligação.
Há anos, a China concede linhas de crédito à Venezuela por meio de acordos de empréstimos em troca de petróleo. O país é o maior comprador de petróleo venezuelano, que representa cerca de 4% das importações.
Os embarques em dezembro estão a caminho de atingir uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas. Os dois navios que devem partir para a China não estão na lista de sanções e devem carregar pouco menos de quatro milhões de barris de petróleo bruto.
