União Brasil indica Rubinho Nunes para presidência da Câmara de São Paulo e cria mal-estar com prefeito

 

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Na noite desta segunda-feira (1º), o União Brasil decidiu indicar o vereador Rubinho Nunes para disputar a presidência da Câmara Municipal de São Paulo, mas a decisão gerou mal-estar com o Executivo, que deve trabalhar para barrar o plano. Rubinho é considerado um desafeto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) por ter apoiado Pablo Marçal (PRTB) na eleição municipal do ano passado, e deve enfrentar resistências com a base do emedebista no Legislativo.

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Segundo vereadores que integram siglas da direita e da centro-direita ouvidos pelo GLOBO, a candidatura de Rubinho está longe de ser unanimidade, e a base do prefeito deve trabalhar pela reeleição do atual presidente, Ricardo Teixeira (União), para o cargo.

Também existe a possibilidade de partidos como o PL ou MDB lançarem candidatos como alternativa. Em nota, o PL afirmou que vai aguardar "posicionamento do diretório nacional para se posicionar".

A reunião que definiu o nome de Rubinho não teve a participação de Ricardo Teixeira, que se recusou a comparecer, e também não incluiu integrantes da direção municipal do partido, que é presidido pelo ex-vereador Milton Leite.

Rubinho afirmou que agora vai “dialogar com todas as bancadas da Câmara” e que a eleição já passou, e acenou para o prefeito.

— Respeito o prefeito e o trabalho que ele vem fazendo. As eleições já terminaram há mais de um ano e o que ocorreu ficou restrito ao período eleitoral. De lá pra cá, tenho mantido uma boa conversa com o executivo e votado a favor dos bons projetos que ele mandou para a Câmara — falou ao GLOBO.

Já o prefeito chamou a decisão de "deslealdade do União Brasil".

Em nota, o União informou que “a escolha da bancada segue a decisão do partido de cumprir o acordo formalizado em dezembro de 2024, que prevê um rodízio entre os parlamentares da sigla na presidência” e que “a bancada se reuniu de forma independente”.

No ano passado, houve um acordo entre os partidos que integravam a coligação de Ricardo Nunes para que o União Brasil ficasse com a presidência da Câmara, já que o PL ficou com o cargo de vice-prefeito, o coronel Mello Araújo, e o prefeito é filiado ao MDB.

Rubinho havia sido declarado inelegível pela Justiça Eleitoral por divulgação de laudo falso que atrelava o então candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas, mas na semana passada o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) reverteu a decisão.

A tentativa do União Brasil de emplacar Rubinho repete um conflito que já havia se desenhado há um ano, já que a legenda tentou lançá-lo para a presidência da Câmara para este ano, mas não conseguiu justamente pela falta de apoio do Executivo. Milton Leite também tentou alçar o vereador Silvão Leite para o cargo, mas como ele está em seu primeiro ano de mandato, não houve apoio. Agora, a base de Ricardo Nunes deve novamente dialogar para chegar a um nome de consenso, que idealmente seria Teixeira.