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'É um absurdo usar a estrutura do Estado em benefício pessoal', afirma Zema sobre operação da PF conta mineração

Governador reconheceu que já havia suspeitas contra servidores do alto escalão envolvidos em concessão irregular de licenças; seis foram exonerados ou afastados e 15 pessoas foram presas. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), admitiu nesta quinta-feira (18) que já havia suspeitas de participação de servidores do alto escalão do governo em um esquema de concessão irregular de licenças para mineradoras, alvo de operação da Polícia Federal nesta semana.
A Operação Rejeito mirou uma organização criminosa formada por agentes públicos e empresários para prática de mineração ilegal. Entre os investigados estão seis servidores da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que foram exonerados ou afastados das funções. Também estão integrantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e Instituto Estadual de Florestas. Ao todo, 15 pessoas foram presas.
Zema disse esperar punição aos envolvidos e afirmou não tolerar corrupção dentro da gestão estadual.
“Nós estamos dando todo o apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria-Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações, e eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que realmente estejam envolvidos em qualquer ato ilegal. É um absurdo usar a estrutura do Estado em benefício pessoal para ter algum tipo de ganho financeiro, algo que eu pessoalmente abomino.”
Até então, o secretário de Estado de Comunicação, Bernardo Santos, havia confirmado que a CGE já tinha ciência que circulavam “burburinhos e fofocas” na Fundação Estadual do Meio Ambiente sobre o envolvimento do então presidente do órgão, Rodrigo Gonçalves Santos, no esquema criminoso. Por isso, Santos foi exonerado quatro dias antes da operação.
Além dele, um delegado e ex-superintendente da Polícia Federal e o diretor da Agência Nacional de Mineração estão entre os presos, assim como empresários apontados como criadores do esquema para obtenção de licenças ambientais. O objetivo era garantir a exploração em áreas protegidas, entre elas a Serra do Curral. Eles movimentaram R$ 1,5 bilhão.
A participação dos servidores públicos ocorria mediante o pagamento de propina para a facilitação de licenças ambientais em áreas protegidas. Eles recebiam valores em troca da liberação de documentos que permitiam a atuação de empresas nesses locais. Um ex-superintendente da Polícia Federal, que atuava de forma oculta em uma empresa, chegou a fechar um negócio milionário e receberia R$ 27 milhões.
Depois da operação, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) manifestou “preocupação em relação à operação da Polícia Federal e disse, ainda, que caso sejam comprovadas ilegalidades, o IBRAM "espera que as punições previstas na legislação brasileira sejam aplicadas com rigor e celeridade".
A CBN procurou a defesa dos citados, mas ainda não recebeu um posicionamento.