Uber aceitou motoristas com antecedente criminal violento nos EUA, diz site
Uma investigação conduzida pelo jornal The New York Times aponta que a Uber apresentou falhas de segurança nos Estados Unidos ao permitir que motoristas com antecedentes criminais graves fossem aprovados para atuar nos serviços da empresa no país. Por que as corridas de aplicativo ficaram mais caras nas últimas semanas? Uber Por Tempo deixa carro à sua disposição para viagens; veja como funciona Segundo as informações, a companhia rejeita condutores que tenham sido condenados por crimes como assassinato, agressão sexual, sequestro e terrorismo. No entanto, pessoas condenadas por delitos como abuso sexual, agressão e stalking acabaram sendo aprovadas para operar na plataforma. O periódico afirma que motoristas com esses antecedentes criminais foram identificados trabalhando no aplicativo de transporte em ao menos 22 estados norte-americanos. A aprovação dessas pessoas ocorre desde que as condenações tenham acontecido há pelo menos sete anos. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Em comunicado enviado ao The Times, Hannah Nilles, chefe de segurança da Uber para as Américas, afirmou que esse prazo representa um equilíbrio adequado entre segurança pública e reabilitação de pessoas com antecedentes criminais. “Uma exclusão vitalícia para cada delito criminal impediria injustamente as pessoas de encontrarem emprego muito tempo depois de cumprirem suas penas”, ressaltou Nilles. Verificação visava aumentar o crescimento da frota O The Times aponta que essa flexibilização na aprovação de condutores com condenações por crimes como abuso sexual e agressão teria ocorrido como parte de uma estratégia da Uber para agilizar o ingresso de motoristas na plataforma e, assim, manter os custos operacionais mais baixos. Esse processo ocorre há alguns anos. Documentos obtidos pela reportagem do jornal americano, datados de 2015, mostram que a companhia optou por focar em recursos como rastreamento por GPS em vez de aprofundar investimentos em medidas de segurança como verificações criminais mais caras e lentas. A ideia era criar uma sensação de segurança por meio do marketing em torno de funcionalidades do aplicativo, sem comprometer a agilidade na adesão de novos motoristas aos serviços da plataforma. Reportagem do New York Times aponta que Uber como objetivo aumentar a frota de motoristas nos Estados Unidos (Imagem: Freepik) A reportagem também teve acesso a uma troca de e-mails de 2018 entre Jill Hazelbaker, chefe de marketing da Uber, e a então chefe de comunicações de segurança, Brooke Anderson. As mensagens mostram que ambas discutiram falhas no sistema de segurança da empresa. Os registros indicam que Anderson descreveu o processo de triagem de motoristas como o “mínimo necessário” e alertou a chefe de marketing de que esse modelo de verificação era insuficiente para detectar antecedentes criminais mais antigos. Um exemplo disso é que, em 35 estados americanos, a Uber verificava apenas as jurisdições onde o condutor viveu nos últimos sete anos, o que fazia com que o sistema não identificasse crimes cometidos em outras regiões nesse período. Consequências para os usuários Essa fragilidade na detecção do histórico criminal teve consequências reais para os usuários. O jornal identificou ao menos seis casos de motoristas com condenações violentas que voltaram a ser acusados de estupro ou agressão sexual nos Estados Unidos. A investigação revelou ainda que dados internos da Uber indicam que, entre 2017 e 2022, foi registrada uma denúncia por agressão sexual ou conduta sexual imprópria a cada oito minutos no país. A empresa, por sua vez, afirma que 75% das denúncias relacionadas a agressão sexual e conduta sexual imprópria se referiam a flertes ou comentários sobre aparência, o que, segundo a Uber, caracterizaria casos menos graves. Além disso, a companhia alega que 99,9% das viagens nos Estados Unidos ocorrem sem incidentes. Leia também: 10 apps de "Uber do interior" como alternativa pelo Brasil 99 e Uber ficam mais caros quando a bateria do celular está acabando? 10 recursos de segurança da Uber para motoristas e passageiros VÍDEO: UBER COM PREÇOS FIXOS? Agora é possível! Leia a matéria no Canaltech.
