Tufão Kalmaegi avança em direção ao Camboja após deixar quase 200 mortos nas Filipinas e no Vietnã
O tufão Kalmaegi, um dos mais letais do ano, avança nesta sexta-feira em direção ao Camboja e ao Laos, após deixar um rastro de destruição nas Filipinas e no Vietnã, onde o número de mortos chegou a 193, segundo balanços oficiais. O fenômeno atingiu a costa central vietnamita na noite de quinta-feira, com ventos de até 149 km/h, derrubando árvores, arrancando telhados e destruindo casas inteiras em províncias como Gia Lai e Dak Lak.
Contexto: Tufão Kalmaegi causa pelo menos cinco mortes no Vietnã
Tragédia: Filipinas soma mais de 140 mortes após passagem do tufão Kalmaegi, que chega ao Vietnã; veja vídeos
Pelo menos 188 pessoas morreram nas Filipinas e outras cinco no Vietnã, de acordo com as autoridades locais. A tempestade segue, agora, rumo ao interior do Sudeste Asiático, onde o governo cambojano já emitiu alertas de enchentes e mobilizou tropas de emergência. O centro do tufão perdeu força, mas ainda carrega chuvas torrenciais e ventos intensos capazes de causar novos deslizamentos de terra.
No Vietnã, as províncias centrais amanheceram cobertas de destroços. Ao todo, quase 3 mil residências foram danificadas, e 1,6 milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica.
— O teto da minha casa simplesmente voou — contou à AFP Nguyen Van Tam, pescador de 42 anos em Gia Lai.
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O primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, afirmou que as equipes de resgate trabalham para chegar às áreas isoladas e garantir que “ninguém passe fome ou frio”.
O Exército vietnamita mobilizou mais de 260 mil soldados, seis aeronaves e milhares de veículos para as operações de socorro. Em cidades costeiras como Quy Nhon, equipes de emergência removeram árvores caídas e retiraram escombros das ruas nesta sexta, após a passagem do tufão.
Soldados ajudam a remover os destroços da estrada na área costeira de Quy Nhon, província de Gia Lai, no centro do Vietnã, após a passagem do tufão
NHAC NGUYEN / AFP
Nas Filipinas, onde o tufão atingiu o arquipélago no início da semana, o governo declarou estado de calamidade nacional. A ilha de Cebu, um dos principais destinos turísticos do país, foi a mais afetada: 139 pessoas morreram, a maioria em enchentes repentinas. Mais de 500 mil moradores foram deslocados, e dezenas de comunidades continuam isoladas.
A tempestade chega em um momento crítico para a região. O Vietnã ainda se recupera de chuvas recordes na última semana, que já haviam matado cerca de 50 pessoas, enquanto o Pacífico se prepara para outro ciclone — o tufão Fung-wong, conhecido localmente como Uwan, que deve atingir o norte das Filipinas nos próximos dias, de acordo com a agência Reuters.
Morador caminha sobre os escombros de uma estrutura destruída pelos fortes ventos na vila de pescadores de Nhon Hai, perto de Quy Nhon, após a passagem do tufão
NHAC NGUYEN / AFP
Cientistas alertam que as mudanças climáticas estão tornando as tempestades tropicais cada vez mais intensas e imprevisíveis. O aquecimento dos oceanos permite que os tufões se fortaleçam rapidamente, enquanto uma atmosfera mais quente retém mais umidade, intensificando as chuvas.
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As Filipinas enfrentam de 20 tempestades e tufões em média todos os anos, principalmente em áreas propensas a desastres, onde milhões de pessoas vivem em condições de pobreza. Desde o terremoto de 6,9 de magnitude, que abalou Cebu no final de setembro, que centenas de pessoas vivem em barracas.
O desastre mais recente ocorreu pouco mais de um mês depois de dois tufões consecutivos terem matado mais de 12 pessoas e causado danos à infraestrutura e às plantações. O supertufão Ragasa, conhecido localmente como Nando, atingiu a região no final de setembro, seguido rapidamente pelo tufão Bualoi.
