Tufão Fung-wong segue em direção a Taiwan após matar cinco e forçar retirada de 1,4 milhão nas Filipinas; veja vídeos

 

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Vilarejos ficaram submersos e dezenas de cidades permanecem sem energia elétrica nesta segunda-feira, após a passagem do tufão Fung-wong pelas Filipinas, que provocou pelo menos cinco mortes e o deslocamento de mais um milhão de pessoas. O fenômeno climático, que atingiu o arquipélago a costa leste do país no domingo como um "supertufão", perdeu força, mas ainda segue em direção a Taiwan, onde deve provocar chuvas torrenciais no norte e no leste ao intensificar a monção nordeste sazonal, informou a Administração Central de Meteorologia de Taipé.

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O presidente filipino, Ferdinand Marcos, anunciou nesta segunda-feira uma prorrogação do "estado de calamidade nacional", declarado na semana passada durante a passagem do tufão Kalmaegi pelas ilhas centrais das Filipinas, com um balanço de pelo menos 224 mortos. O estado de calamidade deve continuar válido por um ano.

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Os trabalhos de limpeza começaram nesta segunda-feira, da província norte de Cagayan até a ilha de Catanduanes, localizada mais de mil quilômetros ao sul. Escolas e repartições públicas em toda a ilha principal de Luzon permanecem fechadas, incluindo na capital, Manila. Mais de 1,4 milhão de pessoas tiveram que se retirar de suas casas em todo o país por causa da tempestade.

O número de mortos pela tempestade aumentou depois a defesa civil confirmou que gêmeos de cinco anos e um idoso morreram em deslizamentos de terra em duas províncias. As crianças dormiam na própria casa quando ocorreu o deslizamento — chuvas de monções já haviam saturado o solo ao redor da residência antes da chegada do Fung-wong. O idoso morreu cerca de uma hora depois, em um incidente separado.

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A primeira vítima da tempestade ocorreu um dia antes, mais ao sul, na província de Samar, que havia sido duramente atingida pelo tufão Kalmaegi uma semana antes. Outra morte foi confirmada na ilha de Catanduanes, onde ondas provocadas pela tempestade invadiram ruas e casas na manhã de domingo.

Também houve grandes inundações na região de Bicol, no sul de Luzon, onde vídeos verificados mostraram ruas transformadas em verdadeiros rios turbulentos.

O secretário de Defesa Civil da província de Cagayan, Rueli Rapsing, disse à AFP que inundações repentinas na província vizinha de Apayao provocaram a cheia do rio Chico, o que obrigou os moradores a buscar refúgio em locais elevados. Mais de 5 mil pessoas abandonaram suas casas antes da cheia do Cagayan na pequena cidade de Tuguegarao, que ficou "submersa", segundo Rapsing.

Na província de Aurora, onde o Fung-wong tocou o solo, o socorrista Geofry Parrocha disse que os danos ainda estavam sendo avaliados.

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— Estamos vendo muitas casas danificadas e algumas de nossas estradas estão intransitáveis devido aos deslizamentos de terra — declarou Parrocha, na cidade de Dipaculao.

O Fung-wong segue agora para Taiwan, onde deverá provocar chuvas torrenciais no norte e no leste. Quase 5 mil pessoas serão retiradas de suas casas em três vilarejos do condado de Hualien, segundo o funcionário governamental Lee Kuan-ting.

Trabalhadores inspecionam um poste e uma árvore caídos em uma rua de Quezon City, região metropolitana de Manila

Jam Sta Rosa/AFP

As localidades ficam próximas de uma barreira de contenção que sofreu um colapso em setembro, um acidente que matou 19 pessoas durante as intensas chuvas causadas pelo supertufão Ragasa.

Cientistas alertam que as tempestades estão se tornando mais potentes devido às mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos. Os oceanos mais quentes fazem com que os ciclones adquiram força mais rapidamente e o aquecimento da atmosfera permite reter mais umidade, o que provoca chuvas mais intensas. (Com AFP)