
Transplantes de células geneticamente editadas mira a cura da diabetes tipo 1

No último dia 4, um estudo publicado no New England Journal of Medicine trouxe a notícia de que, pela primeira vez, um homem com diabetes tipo 1 conseguiu produzir sua própria insulina após receber células pancreáticas transplantadas e geneticamente editadas, sem precisar de medicamentos imunossupressores. A descoberta pode abrir caminho para uma futura cura do diabetes e reduzir a dependência da insulina sintética. Adeus, insulina | Tratamento com células-tronco pode curar diabetes tipo 1 grave Pela 1ª vez, cientistas curam diabetes tipo 1 com células-tronco Diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do paciente ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Sem esse hormônio, o corpo não consegue regular adequadamente os níveis de glicose no sangue, o que pode levar a sérias complicações. Até hoje, o tratamento envolve a aplicação diária de insulina sintética e, em alguns casos, transplantes de células pancreáticas. Porém, esses transplantes exigem o uso de imunossupressores, medicamentos que diminuem a defesa do organismo e aumentam os riscos de infecções. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Transplante com células editadas Transplantes de células geneticamente editadas mira a cura da diabetes tipo 1 (Imagem: kjpargeter/Freepik) Para superar esse desafio, os cientistas dos Estados Unidos e da Suécia utilizaram a tecnologia de edição genética CRISPR para modificar células de ilhotas pancreáticas de um doador. O objetivo era torná-las invisíveis ao sistema imunológico do receptor, evitando a rejeição. Foram feitas três alterações principais: Redução de proteínas de superfície, responsáveis por sinalizar ao sistema imunológico se a célula é estranha ou não. Menor ativação das células de defesa, reduzindo o risco de ataque pelos glóbulos brancos. Aumento da proteína CD47, que atua como um “escudo protetor”. Essas células editadas foram injetadas no antebraço do paciente. Diferente dos casos tradicionais, elas não foram atacadas pelo organismo e começaram a produzir insulina naturalmente. Resultados do primeiro paciente Embora o paciente ainda precise de insulina sintética, o teste mostrou que o procedimento pode ser feito de forma segura e que as células sobrevivem e funcionam mesmo sem medicamentos imunossupressores. Trata-se de uma prova de conceito que abre novas possibilidades no campo da medicina regenerativa. Os cientistas ressaltam que se trata de um estudo inicial e que o próximo passo será acompanhar o paciente por mais tempo, além de expandir os testes para outros voluntários. A grande questão é verificar se as células editadas conseguem sobreviver no longo prazo e produzir insulina suficiente para substituir totalmente o tratamento atual contra diabetes tipo 1. Leia também: Medicamento comum para diabetes está associado à uma "longevidade excepcional" Sinais pré-diabetes | 5 sintomas de glicemia alta que devem ligar o seu alerta VÍDEO | Por que SMARTWATCHES ainda não medem a GLICEMIA? Leia a matéria no Canaltech.