Trabalhadores da Petrobras entram em greve após mais de três meses de negociações sem acordo

 

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Os trabalhadores da Petrobras entraram de greve, na madrugada desta segunda-feira (15), por tempo indeterminado. A greve acontece após mais de três meses de negociações sem acordo. A paralisação nacional foi aprovada na última sexta-feira, após a contraproposta apresentada pela companhia nas negociações do acordo coletivo de trabalho ter sido rejeitada.

Segundo o Sindipetro, estão mobilizados os 14 sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa cerca de 25 mil empregados e opera 61% das unidades da Petrobras, e também os da Federação Nacional dos Petroleiros, com mais de 50 mil trabalhadores e opera 80% da extração de petróleo do país.

Para a FUP, a proposta da estatal não contempla os principais pontos aprovados pela categoria: a retomada de direitos retirados em gestões anteriores, uma distribuição mais justa dos resultados da empresa e o fim do fundo de pensão dos funcionários.

No campo salarial, os sindicatos criticam o reajuste oferecido: reposição da inflação do período mais ganho real de 0,5%, somando 5,66%. Os trabalhadores reivindicam 9,8%, como forma de recompor perdas acumuladas em anos sem aumento real.

A categoria também considera a situação de aposentados e pensionistas, que fizeram vigílias em frente à sede da Petrobras, no Rio, em protesto contra os descontos relacionados ao equacionamento do fundo de pensão da companhia.

A greve afeta unidades administrativas, plataformas e refinarias.

Segundo o sindicato, pela manhã, os trabalhadores de seis refinarias das bases da FUP também aderiram à greve nacional e não realizaram o revezamento de turno, às 07 horas. Estão sem troca nos grupos de turno as refinarias Regap (Betim/MG), Reduc (Duque de Caxias/RJ), Replan (Paulínia/SP), Recap (Mauá/SP), Revap (São José dos Campos/SP) e Repar (Araucária/PR).

A categoria diz ainda que em Duque de Caxias, a Polícia Militar usou spray de pimenta para dispersar colaboradores que se manifestavam.

Procurada, a Petrobras ainda não se manifestou.