Terremoto no norte do Afeganistão deixa nove mortos e danifica Mesquita Azul

 

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Pelo menos nove pessoas morreram no terremoto de magnitude 6,3 que atingiu o norte do Afeganistão entre a madrugada de domingo para segunda-feira, informou a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (ANDMA) à AFP. A famosa Mesquita Azul também foi danificada.

Contexto: Menos de três meses após abalo que deixou 2.200 mortos, Afeganistão registra terremoto de magnitude ainda maior

A Mesquita Azul em Mazar-e-Sharif, uma joia do século XV, foi danificada, informou um jornalista da AFP presente no local. Pedras se desprenderam da imponente estrutura revestida de azulejos coloridos, principalmente do minarete, e se espalharam pelo chão de um dos poucos pontos turísticos do país.

O terremoto ocorreu por volta da 1h da manhã, horário local (20h30 GMT de domingo), com epicentro em Kholm, na província de Samangan, a uma profundidade de 28 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Em Samangan, "contamos cinco mártires", disse Mohamadullah Hamad, porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres do Afeganistão (ANDMA). Ele também relatou 143 feridos na província de Samangan, a maioria dos quais "já retornou para casa após receber tratamento", disse em um comunicado.

Outras quatro pessoas morreram na província vizinha de Balkh, onde fica a cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do país, conforme Kamal Khan Zadran, porta-voz do departamento provincial de saúde.

Redes de comunicação precárias e a falta de infraestrutura dificultam frequentemente as respostas a emergências em áreas montanhosas. As autoridades, muitas vezes, levam horas ou dias para chegar a locais remotos e avaliar os danos.

Em Mazar-e-Sharif, muitos moradores deixaram suas casas com medo de que desabassem, observou um correspondente da AFP.

Os tremores foram sentidos até mesmo na capital, Cabul, de acordo com correspondentes da AFP na cidade.

No final de agosto, outro terremoto de magnitude 6 atingiu as províncias orientais de Kunar, Laghman e Nangarhar, matando mais de 2.200 pessoas. Foi o terremoto mais mortal da história recente do Afeganistão.

O país é frequentemente atingido por terremotos, especialmente na cordilheira do Hindu Kush, localizada perto da junção das placas tectônicas da Eurásia e da Índia.

Desde 1900, o nordeste do Afeganistão registrou 12 terremotos com magnitude superior a 7, como confirma Brian Baptie, sismólogo do Serviço Geológico Britânico.

O Afeganistão enfrentou diversos terremotos desde que o Talibã retornou ao poder em 2021, incluindo o da região de Herat, perto da fronteira com o Irã, em 2023, que matou mais de 1.500 pessoas e destruiu mais de 63 mil casas.

A ONU e organizações humanitárias alertaram para o aumento da fome no Afeganistão, cuja população sofre com uma crise humanitária agravada pela seca e pelo colapso econômico.