Tenente-coronel condenado na trama golpista se entrega à PF

 

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O tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida se entregou à Polícia Federal (PF) no domingo, após ter a prisão domiciliar decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, falta apenas cumprir um dos dez mandados expedidos na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes contra condenados pela trama golpista. 

Almeida foi condenado pela Primeira Turma do STF, em outubro, a 13 anos e seis meses de prisão. Os ministros consideraram que ele fez parte de um grupo que espalhou desinformação sobre as urnas eletrônicas, o chamado "núcleo quatro" da trama golpista.

O tenente-coronel já passou por audiência de custódia e a prisão domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica, foi mantida. 

Seu advogado, Leonardo Avelar, afirmou que Almeida "sempre colaborou com a justiça e compareceu a todos os atos processuais, sendo a decisão de prisão domiciliar uma medida desnecessária".

Na semana passada, Moraes determinou a prisão domiciliar, em caráter preventivo, de dez pessoas condenadas pelo STF pela participação em diferentes núcleos da trama golpista. A medida foi tomada após o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques ser preso após fugir do Brasil.  

No sábado, entretanto, a Polícia Federal (PF) não encontrou dois dos alvos. Além de Marques, também não foi localizado o presidente do Instituto Voto Legal (IVL), o engenheiro Carlos Rocha, que já é considerado foragido. Ele foi condenado a sete anos e seis meses de prisão, igualmente por desinformação. 

Moraes citou o "fundado receio de fuga" e o "modus operandi da organização criminosa" de deixar o território nacional para decretar a prisão domiciliar das dez pessoas condenadas. 

"O modus operandi da organização criminosa condenada pelo Supremo Tribunal Federal indica a possibilidade de planejamento e execução de fugas para fora do território nacional, como feito pelo réu Alexandre Ramagem, inclusive com a ajuda de terceiros", diz a decisão de Moraes, assinada na sexta-feira.

Além de Silvinei, Moraes também citou o caso do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, que também foi condenado, mas conseguiu ir para os Estados Unidos.