Tarifaço derruba exportações e faz preço do açaí despencar no Amapá

 

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Litro chega a R$ 8 nas feiras. Oferta aumentou porque parte da produção que iria para os EUA ficou no estado após tarifas de 50%. O preço do açaí caiu de forma significativa no Amapá. Nas feiras e pontos de venda, o litro é encontrado entre R$ 8 e R$ 14 — valor bem abaixo do registrado em anos anteriores. A saca do fruto, que já chegou a custar R$ 600, hoje é vendida por cerca de R$ 200.

Para quem compra, essa é uma ótima oportunidade de aproveitar a boa fase e garantir o açaí. Esse é o caso do autônomo Carlos Brito, que não abre mão do açaí.

"O bolso agradece e a família também, que tem o costume de quase que todo dia tomar o açaí. Tenho uma filha que pratica jiu-jitsu, a Stephanie, e ela quase que todo dia toma açaí. Por isso que eu estou aqui, para comprar o açaí para ela. Mesmo com a época de estar caro, hoje é melhor de preço", avalia.

A redução está ligada ao aumento da oferta interna. Parte da produção que seria exportada para os Estados Unidos ficou no estado após as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Com mais açaí disponível, os consumidores voltaram a comprar em maior quantidade.

Preço do açaí cai de forma significativa no Amapá

Crystofher Andrade/G1 AP

De acordo com Antônio Alves, presidente da Associação dos Batedores de Açaí (Asbap), parte da produção que iria para exportação ficou no Amapá, o que aumentou a oferta no estado.

"A gente percebeu que, depois que houve o tarifaço dos Estados Unidos, acabou tendo mais açaí nas feiras para o batedor de açaí. Isso fez com que o preço caísse. E, hoje, a gente encontra açaí de vários preços, de R$ 10,00, R$ 12,00 e R$ 14,00", diz.

Na sexta-feira (14), os EUA reduziram as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios - incluindo o açaí. O Ministério da Agricultura esclareceu que, para o Brasil, a queda da taxa foi de 50% para 40% sobre o produto.

Produção de açaí

Crystofher Andrade/G1 AP

O empreendedor João Paulo Moreira diz que a mudança no preço foi sentida imediatamente nos pontos de venda.

"Tem muitas das vezes que dá um tumulto de jeito muito grande e eu fico aqui sem saber o que fazer, mas tem que esperar, né? Chegar o seu momento para atender. Então, graças a Deus, está cada vez mais crescendo", conta.

*Com as colaborações de Crystofher Andrade e Mônica Costa