Tarcísio classifica como 'histórica' operação contra fraude fiscal no setor de combustível
A Operação Poço de Lobato foi deflagrada contra mais de 190 alvos ligados a um dos maiores grupos empresariais do setor de petróleo. O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas chamou de histórica a operação contra os maiores sonegadores de impostos do país, que nasceu, segundo ele, do inconformismo das autoridades com devedores contumaz.
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A Operação Poço de Lobato, deflagrada contra mais de 190 alvos ligados a um dos maiores grupos empresariais do setor de petróleo, tem como objetivo desarticular um esquema de fraude fiscal estruturada que resultou em um montante de mais de R$ 26 bilhões em impostos não recolhidos.
Segundo Tarcísio, só no estado de São Paulo o grupo criminoso fez com que R$ 9,5 bilhões deixassem de entrar cofres públicos.
O governador acrescentou que isso significa aumento no custeio na saúde por exemplo, e outros serviços públicos.
"Só para vocês terem uma ideia, a gente está falando de uma operação quanto a um grupo que tem inscrito em dívida ativa R$ 9,6 bilhões, R$ 9,6 bilhões que deixaram de entrar nos cofres do Estado. Esses caras fraudam R$ 350 milhões por mês."
A procuradora geral do estado , Inês Coimbra , detalhou que foi possível bloquear quase nove bilhões de pessoas envolvidas no esquema e falou da complexidade da operação
"É uma atuação que se propõe a ser diferente daquilo que a gente faz normalmente, numa percepção de que se a fraude se sofisticou, se a sonegação se sofisticou, os órgãos do Estado também precisam se sofisticar, se modernizar e, mais do que tudo, atuar de maneira colaborativa."
Quem também comentou foi o ministro da fazenda Fernando Haddad. Em Brasília, ele disse que o crime extrapolou as fronteiras nacionais e que pediu ao presidente Lula que inclua o combate a este crime nas negociações com Donald Trump.
Isso porque, segundo o ministro, essas empresas têm usado um estado norte-americano para abrir mais empresas e fundos, fazer empréstimos e, com isso, trazer dinheiro de volta ao país em forma de aplicação financeiro.
Haddad ainda voltou a cobrar que a Câmara aprove o projeto do devedor contumaz, que tem o objetivo de punir empresas que não pagam impostos e usam de atividades ilícitas para ganhar dinheiro. O texto já passou no Senado, mas está parado na Câmara.
O ministro disse que fazia um apelo ao Congresso pela "enésima vez".
Essa força-tarefa acontece após a operação carbono oculto, que mostrou a infiltração do PCC na cadeia de produção e distribuição de combustíveis.
O principal alvo é Grupo Refit — dono da antiga refinaria de Maguinhos, no Rio de Janeiro. O grupo é comandado pelo empresário Ricardo Magro, é o maior devedor de ICMS do Estado de São Paulo, o segundo maior do Rio de Janeiro e um dos maiores da União.
O grupo Refit ainda não se manifestou.
