Suspenso da Câmara por seis meses, Glauber Braga diz que pensa em disputar governo do Rio em 2026

 

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Suspenso da Câmara por seis meses, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou que avalia disputar o governo do estado do Rio de Janeiro em 2026. Em entrevista ao Diário de Pernambuco, o parlamentar disse que tem tido a possibilidade discutida em plenárias do partido no estado e que tem até abril para definir qual será o caminho que deverá tomar na próxima disputa eleitoral, que também poderá resultar na decisão de disputar a reeleição como deputado.

— Há um calendário que vai até março para a inscrição de candidaturas, com a tomada de decisão em abril, então penso no Governo do Rio ou na candidatura para deputado. Até lá, vou ampliar essa mobilização para consulta nas cidades — disse. — Eu já tinha começado um conjunto de 100 reuniões, percorrendo os 92 municípios do Rio. A gente discute programa de governo, conjuntura nacional e tática eleitoral.

No estado, o PSOL avalia apostar em uma candidatura própria ao governo do estado, por descartar o apoio ao prefeito Eduardo Paes (PSD). Em paralelo, como mostrou o GLOBO, a sigla deverá investir em candidaturas vistas como competitivas para a Câmara, como a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), que deverá disputar a reeleição como a principal puxadora de votos no estado após ter chegado ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Niterói no ano passado. Além disso, o partido planeja lançar também como candidato a deputado federal o vereador Rick Azevedo, fundador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) e militante pelo fim da escala 6x1.

O foco principal do partido, no entanto, deverá ser São Paulo, onde o agora ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência (SGR), obteve mais de 1 milhão de votos em 2022. Desde então, sua atuação em defesa do governo Lula e contra movimentos do Congresso, como a PEC da Blindagem, o credenciou para assumir uma pasta no governo Lula, deixando-o fora das eleições de 2026. O vácuo deixado por ele tende a ser ocupado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), principal aposta do partido como puxadora de votos em São Paulo, e por novas candidaturas como a de Natalia Szermeta, mulher do ministro.

Rusgas entre Glauber e Arthur Lira

Durante a entrevista ao Diário de Pernambuco, Glauber também comentou sobre seu afastamento da Câmara pelos próximos seis meses, definida pelo plenário da Câmara na semana passada como punição alternativa à cassação do seu mandato. O parlamentar foi punido por agredir, em 2024, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). À época, uma representação contra o psolista foi enviada pelo então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) ao Conselho de Ética, que orientou pela perda de cargo de Glauber.

— Ficou evidente que se tratou de uma perseguição política dele, principalmente por conta das denúncias do mandato em relação ao orçamento secreto. Durante todo esse processo, a arrogância dele foi total. Ele dizia aos interlocutores que me caçaria com mais de 400 votos, mas não teve condições de concretizar esse cenário, porque a gente apostou desde o início em uma mobilização que fosse para a rua, com a presença de sindicatos e movimentos sociais em todas as reuniões — disse Glauber.