Senadores avaliam que adiamento da sabatina de Messias ao STF não é vitória do governo

 

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Senadores avaliam que, apesar do adiamento da sabatina de Jorge Messias, indicado ao STF, isso não pode ser considerado uma vitória para o governo. Ao contrário, a análise é de que o clima piorou em razão da demora do Palácio do Planalto em enviar a mensagem que oficializa o nome de Messias como ministro do STF.

Além disso, está marcada para esta quinta-feira uma sessão conjunta no Congresso que pode votar inclusive a Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano. Só depois disso é que os parlamentares votam o orçamento de 2026. Mas a indicação, nos bastidores, é de que o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, deve segurar a votação da LDO, em mais uma escalada da crise .

Com mais tempo para conseguir reverter os votos que faltam, o presidente Lula pode entrar em campo a favor de Jorge Messias no Senado em conversas com alguns senadores. Nos cálculos feitos por parlamentares, ele ainda precisaria de 4 a 6 votos. São necessários 41 para ter o nome aprovado no plenário. Por isso, o advogado-geral da União tem mantido o périplo que faz nos gabinetes e, no começo desta semana, voltou a frequentar o Congresso.

Nesta quarta-feira, o presidente Lula disse que não sabe o motivo da indicação de Messias ter sido transformada em um problema político e que não vê motivos para a polêmica. Em entrevista à TV Verdes Mares, de Fortaleza, Lula não respondeu quando envia a mensagem, mas disse que cumpriu o papel de enviar um nome qualificado pra função.

"Sinceramente, eu não entendo o porquê da polêmica. Não é o primeiro ministro que eu indico. Eu já indiquei oito ministros. Eu simplesmente escolho uma pessoa, mando para o Senado, e o Senado, então, faz um julgamento para saber se a pessoa está qualificada ou não. Eu não sei porque foi transformado num problema político dessa monta. Eu espero que seja resolvido. Eu estou muito tranquilo com relação a isso. Eu cumpri com o meu papel. Mandei um nome que eu entendo que tem qualificação profissional para ser ministro da Suprema Corte."

Davi Alcolumbre ficou irritado por não ter sido avisado por Lula no dia da indicação e porque o aliado, Rodrigo Pacheco, acabou não sendo o escolhido. Depois de marcar a sabatina para o dia 10 de dezembro, Alcolumbre cancelou a sessão diante da estratégia do governo de não enviar a mensagem formal com o nome de Messias.