Saiba quem é Glauber Braga, o deputado ameaçado de cassação que foi retirado à força da cadeira da presidência da Câmara
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta, e foi retirado às forças por policiais legislativos durante a sessão desta terça-feira. O movimento ocorreu na véspera da análise, em plenário, do processo de cassação do psolista, que pode ocorrer a partir desta quarta-feira. Ele foi acusado pelo partido Novo de ter faltado ao decoro parlamentar após ter chutado um militante do MBL (Movimento Brasil Livre), em abril de 2024, em meio a uma discussão.
O parlamentar de 43 anos é natural de Nova Friburgo no Rio de Janeiro. Ele atua como deputado federal desde 2007, primeiramente pelo PSB.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou em abril um parecer pela perda do mandato do deputado. Glauber argumenta que a cassação é uma pena desproporcional e que o processo é uma perseguição política.
Em abril deste ano, Glauber dormiu no chão de um dos plenários de comissões da Câmara dos Deputados após prometer greve de fome. Ele também chegou a dizer que não deixaria o espaço do Congresso Nacional até o fim do seu processo que pode culminar com sua cassação.
Glauber Braga dorme no chão da Câmara após prometer greve de fome
Brenno Carvalho/O Globo
No mesmo mês, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara das Deputados decidiu manter o processo de cassação contra o deputado.
Glauber havia apresentado um recurso à CCJ na tentativa de paralisação do processo. Ele alegou “inexistência de justa causa” e “desproporcionalidade ou não razoabilidade da pena de cassação de mandato”.
O deputado ainda justificou que o relator do processo no colegiado, Paulo Magalhães (PSD-BA) foi parcial. A defesa do deputado lembrou da relação de proximidade entre o relator e o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) e fala em perseguição política.
Glauber acusa o relator Paulo Magalhães de estar atuando em favor de Arthur Lira. No ano passado, o deputado chamou Lira de "bandido" em sessão no Conselho de Ética. O processo foi levado ao colegiado para análise, mas foi arquivado. Para Glauber, Lira usa o atual caso de agressão ao militante do MBL para alcançar um objetivo anterior de cassar o deputado do PSOL pelo xingamento.
