Regularidade recente, confrontos diretos, aproveitamento contra G7: por que Flamengo levou o título brasileiro

 

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O Flamengo prevaleceu na queda de braço com o Palmeiras e faturou os dois principais títulos da temporada: Libertadores e Brasileirão. Mesmo que ambos tenham feito a final do torneio continental, foi na competição nacional onde os nervos mais estiveram à flor da pele, com diversas alternâncias de liderança o longo do ano. No final das contas, o rubro-negro saiu com o título com uma rodada de antecedência por ter gabaritado os confrontos diretos e apresentado regularidade maior na reta final.

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Quando se enfrentaram no Maracanã pela 29ª rodada, no dia 19 de outubro, o campeonato parecia se encaminhar para ter um campeão beirando os 90 pontos, como aconteceu recentemente em ligas de elite do futebol europeu. Ambos contavam com Arrascaeta, Pedro, Vitor Roque e Flaco López na melhor fase do ano e subiram o sarrafo da rivalidade. A vitória do Flamengo por 3 a 2 igualou a pontuação (61) com dez jogos restantes para cada lado.

Desde então, os dois times tiveram seus altos e baixos, mas o Flamengo foi bem melhor, com cinco vitórias, dois empates e duas derrotas (62,9% de aproveitamento), contra três vitórias, três empates e três derrotas do alviverde (44,4%). Cinco pontos é exatamente a vantagem que decretou o título antecipado para a equipe de Filipe Luís.

Pedro e Arrascaeta brilharam em vitória do Flamengo sobre Palmeiras

Guito Moreto/Agência O Globo

O calendário é naturalmente acidentado, e o fim de ano trouxe meses de outubro e novembro recheados de jogos, enquanto as equipes também disputavam a Libertadores. Curiosamente, o rubro-negro conseguiu se dar melhor mesmo convivendo com lesões importantes de pilares como Pedro, Jorginho e Léo Ortiz — o centroavante e o zagueiro ainda nem voltaram.

Alguns resultados foram preponderantes para mudar o rumo do campeonato, o principal deles a derrota do Palmeiras para o Santos, no dia 15 de novembro, em jogo atrasado da 13ª rodada. No mesmo dia, o Flamengo goleou o Sport, em partida atrasada da 12ª, e assumiu a liderança para não largar mais. Estes compromissos guardaram o desafio de acontecerem em meio à data Fifa, quando os times tinham quase uma dezena de desfalques por conta das seleções.

Discrepância na parte de cima

O rubro-negro teve tropeços incomuns, como a derrota para o Fortaleza e o empate com o São Paulo, mas foi o alviverde que emendou uma sequência de cinco jogos sem vencer: derrotas para Mirassol, Santos e Grêmio, e empates Vitória e Fluminense em casa. Isto praticamente a definição do campeão nacional.

Também foi determinante o aproveitamento contra as equipes da parte de cima da tabela. O Flamengo deu uma arrancada recente nesse quesito ao vencer diversas equipes do G7 e chegou a uma porcentagem de 60,6% em 11 jogos. O Palmeiras, por outro lado, teve um aproveitamento de 27,7% em 12 partidas.

Samuel Lino faz gol do eneacampeonato brasileiro do Flamengo

Guito Moreto / Agência O Globo

Por mais que a equipe de Abel Ferreira quisesse mudar a chave na final da Libertadores, o Brasileirão teve repercussão direta. O Palmeiras teve uma classificação mais impactante na semifinal, ao conseguir a virada sobre a LDU no final de outubro, enquanto o Flamengo tirou o Racing, mas o momento melhor ficou evidente em Lima. Com proposta clara, o rubro-negro venceu por 1 a 0 e encaminhou a dobradinha, sacramentada quatro dias depois.

Mesmo com um investimento maior no elenco este ano, o time paulista termina a temporada de mãos vazias. Já o carioca é o atual campeão de todos os torneios que disputou recentemente: Libertadores, Brasileirão, Copa do Brasil — título em 2024 —, Supercopa do Brasil e Carioca. Ainda resta o sonho de vencer a Copa Intercontinental, em final contra o Paris Saint-Germain.