Receita Federal lança Operação Alquimia para rastrear origem de metanol usado em bebidas falsificadas

 

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Força-tarefa fiscaliza empresas em cinco estados após aumento de casos de intoxicação; substância altamente tóxica já provocou mortes em São Paulo e Pernambuco. A Receita Federal deflagrou uma operação hoje para coletar amostras e realizar análises químicas para rastrear a origem do metanol usado em bebidas falsificadas. A ação foi motivada pelo aumento de casos de intoxicação pela substância.

A força-tarefa fiscaliza 24 empresas dos setores químico e sucroalcooleiro, localizadas em cinco estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As investigações apontam que o mesmo combustível adulterado pode estar sendo usado na produção clandestina de bebidas alcoólicas — o que representa um grave risco à saúde pública.

Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas suspeitas de desviar o metanol para fins ilícitos.

Há também indícios de fraude documental, com notas fiscais emitidas para caminhões e motoristas que nunca chegaram aos destinos informados.

A Operação Alquimia é um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que investigaram o uso ilegal de metanol na adulteração de combustíveis. A ação da Receita Federal ocorre em parceria com a Polícia Federal, a Agência Nacional do Petróleo e o Ministério da Agricultura

O metanol é um substância altamente tóxica. O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 6 mortes. Outras duas vítimas são do Pernambuco.

Além do impacto na saúde, a adulteração de bebidas causa prejuízos bilionários ao país. Segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria, as perdas do setor ultrapassam R$ 85 bilhões por ano, entre falsificação, contrabando e sonegação de impostos.