
Recarga com adaptador não homologado causa explosão de Tesla no Canadá

Uma câmera de segurança registrou o momento em que um Tesla “explodiu” enquanto era carregado com um adaptador irregular em uma estação pública no Canadá, lançando o motorista ao chão. O episódio, que aconteceu em Hope, na província de Colúmbia Britânica, ocorreu em agosto de 2024, mas só agora teve as imagens e o laudo técnico oficial divulgados pela Technical Safety BC, órgão responsável pela segurança elétrica na região. O vídeo mostra o instante em que a explosão acontece no carregador e forma uma nuvem de fumaça no local. O condutor cai no chão, enquanto um passageiro sai do carro para socorrê-lo. Apesar do susto, o motorista teve apenas arranhões e pequenas queimaduras. Qual foi a causa da explosão? Segundo o relatório técnico, o incidente foi provocado por um curto-circuito no carregador rápido de corrente contínua (CC). O defeito fez com que uma tensão anormal fosse transmitida ao veículo por meio do adaptador, gerando um arco elétrico — fenômeno que ocorre quando uma corrente intensa “salta” pelo ar, liberando calor e luz instantaneamente. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O carregador envolvido era um FreeWire Boost Charger, capaz de fornecer até 200 kW de potência por meio do conector CCS1, padrão amplamente utilizado em estações de recarga rápida na América do Norte. Como os carros da Tesla utilizam um plugue proprietário do tipo NACS, o motorista recorria a um adaptador de terceiros da marca A2Z EV, vendido em sites internacionais, mas sem homologação reconhecida no Canadá. @shygarkorben Got an A2Z CCS adapter for the #Cybertruck ♬ original sound - Shygar Adaptador irregular foi usado cerca de 50 vezes antes da falha De acordo com o relatório da Technical Safety BC, o motorista já havia usado o adaptador não oficial cerca de 50 vezes sem incidentes. No entanto, durante essa recarga, a peça apresentou superaquecimento nos pinos de alta tensão, o que provocou o curto e, consequentemente, a explosão. O incidente danificou o cabo de recarga, o adaptador e parte da estrutura da estação. O veículo sofreu marcas de queimadura na lateral, mas os terminais de carga permaneceram intactos. A própria Tesla comentou o caso. Segundo a fabricante: “O dano observado foi consistente com a exposição a uma falha de aterramento externa originada no carregador. O adaptador tornou-se um caminho secundário para a corrente quando a falha interna do carregador energizou o circuito de aterramento.” Casos de carregamento irregular reacendem debate sobre segurança na recarga de veículos elétricos Episódios como este, envolvendo o Tesla, ou o recente caso de um BYD Dolphin no Rio Grande do Sul — que pegou fogo após erros no carregamento — reacendem o debate sobre a segurança na recarga dos veículos elétricos. Por um lado, esses casos demonstram que os carros elétricos são estruturalmente seguros, já que os sistemas de bateria e alta tensão tendem a isolar o problema e impedir que as chamas se espalhem para outras partes do veículo — ao contrário do que muitos imaginam. Um carro elétrico pegou fogo na tarde deste domingo, 19, na Rua Dr Bozano, em Santa Maria, RS. O Corpo de Bombeiros disse que, em princípio, foi um problema na recarga da bateria. pic.twitter.com/zjTCPOA7J7 — Tumulto BR (@TumultoBR) October 20, 2025
Por outro, reforçam a importância de seguir as normas e recomendações técnicas de órgãos como o Inmetro, a ABVE e os fabricantes. Usar adaptadores, cabos ou extensões não certificados pode comprometer não apenas o veículo, mas também a infraestrutura de recarga. No caso das recargas domiciliares, o ideal é sempre utilizar tomadas e circuitos dedicados, dimensionados para a potência do carregador, a fim de evitar sobrecargas e curtos-circuitos. Leia também: Recarga de carro elétrico por "delivery" já é realidade; entenda Consumo de energia de carros elétricos cresce 2.000% no Brasil e acende alerta Vídeo: Parece novidade, mas carros elétricos existem há mais de cem anos. O que mudou? Leia a matéria no Canaltech.