
Psicólogos assistem a 150 episódios de Bluey — "lidando com altos e baixos"

O desenho infantil australiano Bluey transmite mensagens de resiliência para crianças. É o que mostra um estudo publicado na revista Educational and Developmental Psychologist. A pesquisa, conduzida por Bradley Smith, professor sênior de Psicologia na CQUniversity Australia, e publicada originalmente no The Conversation, mostra que a série vai muito além do entretenimento. Ela se tornou uma verdadeira ferramenta para ajudar pais e filhos a lidarem com os altos e baixos da vida. Boiadeiro australiano | Conheça a raça dos cachorros do desenho animado Bluey Quem são os "Divertida Mente" da vida real? Com o aumento dos desafios de saúde mental entre crianças e adolescentes, incluindo altos índices de ansiedade e dificuldades de regulação emocional, apoiar a construção da capacidade de enfrentar desafios, adaptar-se a mudanças e se recuperar de dificuldades pode ser fundamental, já que essa habilidade é essencial para o desenvolvimento saudável das crianças. Como Bluey ensina resiliência A equipe de psicólogos analisou 150 episódios das três primeiras temporadas de Bluey, totalizando 18 horas de conteúdo. Eles se basearam no Modelo de Resiliência de Grotberg, que divide a resiliência em três pilares: -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Eu tenho: rede de apoio formada por família, amigos e comunidade. Eu posso: habilidades práticas, como resolver problemas, pedir ajuda e controlar emoções. Eu sou: forças internas, como autoconfiança, otimismo e autoestima. Quase metade dos episódios (73) apresentaram mensagens claras de resiliência, seja como tema central ou secundário. Em dois terços dos casos, os pais mostraram como o apoio adulto fortalece a capacidade de recuperação das crianças. Exemplos marcantes nos episódios Ver esta publicação no Instagram Uma publicação partilhada por Bluey (@officialblueytv) Os pesquisadores também compartilharam exemplos marcantes nos episódios. Em “The Show” (2ª temporada, episódio 19), Bingo deixa a bandeja cair e se emociona. A mãe modela como lidar com frustração: “Eu choro um pouco, me levanto, me sacudo e sigo em frente.” Mais tarde, Bingo repete esse aprendizado. Em “Keepy Uppy” (1ª temporada, episódio 3), quando o balão estoura, Bluey e Bingo transformam a decepção em leveza com a frase: “Bem, isso foi divertido.” É um exemplo de regulação emocional e ressignificação. Já em “Seesaw” (2ª temporada, episódio 27), Pom Pom mostra determinação e autoconfiança ao salvar os amigos no balanço, ilustrando o “Eu sou”. Enquanto isso, em “Sheepdog” (3ª temporada, episódio 11), Chilli pede “20 minutos” para descansar. Bluey aprende que até os adultos precisam de autocuidado, desenvolvendo empatia e compreensão. Como os pais podem aproveitar Bluey Embora a TV nunca substitua os relacionamentos reais, assistir Bluey junto com as crianças também pode ser uma ferramenta educativa. Conversar sobre as situações mostradas nos episódios ajuda os pequenos a refletirem, processarem emoções e desenvolverem habilidades de enfrentar desafios. Leia também: Saúde mental de adolescentes depende de uma infância ativa e longe das telas Traumas na infância causam problemas de saúde mental em adolescentes brasileiros VÍDEO | Dicas de uso de celular para crianças Leia a matéria no Canaltech.