Protesto durante segundo dia da COP30 deixa segurança ferido e bloqueia saída de espaço de negociações

 

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Um protesto causou confusão na Blue Zone da COP30 durante o início da segunda noite da conferência. Um segurança ficou ferido durante o incidente, que ocorreu por volta das 19h20. A confusão aconteceu no setor de credenciamento da conferência e começou após um grupo de manifestantes que participou da Marcha Global Saúde e Clima forçar a entrada na Blue Zone, área controlada pela ONU, que concentra as negociações. O local começou a ser evacuado após a confusão.

Segundo o g1, os primeiros relatos indicam que representantes indígenas tapajós e tupinambás tentaram invadir o espaço. Eles carregavam bandeiras, bastões e arco e flecha quando acabaram entrando em confronto com os seguranças do evento.

Seguranças da Organização das Nações Unidas (ONU) tentaram conter o avanço do grupo, retirando participantes que insistiam em permanecer no local. Pelo menos um dos seguranças ficou ferido no rosto. Após a confusão, uma das portas de acesso ao local permaneceu fechada.

A Marcha Global saiu da Avenida Duque de Caxias até a sede da COP. O ato era composto por médicos, enfermeiros, estudantes, lideranças indígenas e representantes de movimentos sociais, que pediam políticas de saúde pública. 3 mil pessoas participaram da caminhada em um percurso de 1,5 km.

O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, disse que a organização estava tomando todas as providências sobre o tema.

"As organizações que integram a Marcha Global Saúde e Clima, realizada nesta terça-feira (11) em Belém (PA), vêm a público esclarecer que não têm qualquer relação com o episódio ocorrido na entrada da Zona Azul da COP30 após o encerramento da marcha", informaram os organizadores do evento ao g1.

A Marcha foi organizada pelo Movimento Médicos pelo Clima, idealizado pelo Instituto Ar e pelo Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), com participação de instituições nacionais e internacionais, entre elas, Fiocruz, Movimento Saúde Sustentável, Médicos Sem Fronteiras (MSF), Global Climate and Health Alliance, Red Clima y Salud, 350.org Brasil e Avaaz.

Em nota enviada ao GLOBO, os organizadores da Marcha alegaram que "os atos que ocorreram após a marcha não fazem parte da organização do evento que tratou de saúde e clima".

"O objetivo da marcha foi chamar atenção para os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e para a necessidade urgente de políticas que protejam tanto as pessoas quanto o planeta. Todos os participantes da marcha cumpriram integralmente o trajeto e os acordos previamente firmados com a organização da COP30, evento histórico sediado pelo Brasil em Belém do Pará. A marcha, que se encerrou na Travessa Lomas Valentina com a Duque de Caxias, foi uma expressão legítima, pacífica e organizada de mobilização popular, construída com diálogo, responsabilidade e compromisso coletivo. Reafirmamos nosso respeito às instituições organizadoras da COP30 e o compromisso com uma Amazônia viva, saudável e sustentável para todos", diz a organização, em nota.