Príncipe William anuncia parceria para conter violência contra ativistas ambientais: 'Temos de proteger os protetores'
A aceleração da destruição ambiental e o aumento da violência contra protetores da floresta motivaram uma nova parceria estratégica entre o Reino Unido e o Brasil para reunir esforços pela reversão do cenário. A iniciativa foi anunciada nesta terça-feira pelo príncipe William durante a Cúpula do Programa United for Wildlife, na Praça Mauá, na Zona Portuária do Rio.
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A parceria visa especificamente abordar esses desafios no contexto amazônico. Participam da iniciativa o programa Unidos pela Vida Selvagem da Fundação Real, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Fundo Podáali, a Rainforest Foundation Norway (RFN) e a Re:wild.
— Não podemos gerir as nossas florestas enquanto os seus protetores vivem com medo. E não podemos proteger os defensores do ambiente sem garantir os territórios que defendem. Esta iniciativa significa trabalhar em parceria com aqueles que melhor conhecem a terra para fortalecer os sistemas liderados por indígenas, prestar assistência jurídica e apoio de emergência. Temos de proteger os protetores. Se quisermos garantir o futuro destes ambientes críticos para o meio ambiente — disse o britânico.
O evento realizado nesta terça-feira é uma parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a Interpol, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime e a Polícia Federal, com foco em reconhecer que os crimes ambientais não são apenas uma questão de conservação, mas uma ameaça crítica à estabilidade global, à governança e à resiliência climática.
A Cúpula reuniu membros do setor privado e doadores, além de líderes indígenas e comunitários, com o objetivo de impulsionar ações de combate aos crimes ambientais, incluindo o tráfico ilegal de animais silvestres.
Fundado pelo Príncipe William e pela Royal Foundation em 2013, o Programa United for Wildlife é uma aliança global que reúne o setor privado, forças de segurança, governos e organizações sem fins lucrativos, em um trabalho conjunto para aumentar a agilidade nas respostas e gerar conscientização, além de identificar, interromper e prevenir casos de tráfico ilegal de animais selvagens.
A Cúpula deste ano contempla duas abordagens principais: destacar a questão dos crimes ambientais e amplificar as vozes dos povos indígenas e das comunidades locais, que desempenham um papel vital como defensores do nosso planeta.
