Presidente interino do Peru vai declarar estado de emergência sob a justificativa da violência do crime organizado
O presidente interino do Peru, José Jerí, anunciou nessa quinta-feira que vai declarar estado de emergência em Lima, diante da violência do crime organizado, que motivou protestos massivos, com um morto pelas mãos de um agente uniformizado e uma centena de feridos.
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As manifestações, lideradas por jovens que criticam o novo governo e a atuação da classe política na escalada da violência, resultaram na quarta-feira em fortes confrontos perto da sede do Congresso. Uma vez decretado, o estado de emergência também servirá para coibir os protestos nas ruas.
- Vamos anunciar a decisão de declarar o estado de emergência, pelo menos na Lima Metropolitana - disse à imprensa o chefe do gabinete, Ernesto Álvarez, após uma reunião de ministros.
A medida abrangerá 10 milhões de pessoas que vivem na capital e no porto vizinho de Callao.
Sob o estado de emergência, o governo tem o poder de enviar militares às ruas para patrulhar e restringir direitos, como a liberdade de reunião.
- Um toque de recolher não foi descartado (...) considerando que a criminalidade não respeita a vida noturna - disse Álvarez.
O chefe de gabinete acrescentou que o governo anunciará, nos próximos dias, o pacote de medidas "efetivas" que regerão o futuro estado de emergência.
