Portugal é o país que mais prendeu criminosos do PCC na Europa em 2025, aponta relatório

 

Fonte:


Portugal é hoje o país europeu com maior concentração de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), o maior grupo criminoso brasileiro, segundo dados do Ministério Público de São Paulo. Só neste ano, de acordo com o jornal local SiC Notícias, a a Polícia Judiciária (PJ) deteve 24 condenados e procurados pela Justiça do Brasil, número que reforça a preocupação das autoridades com a atuação da facção no território português.

Polícia de Portugal prende traficante suspeito de ligação com o PCC, conhecido como ‘Hulk’

Entre os casos recentes está o de Ygor Daniel Zagoy, apontado como um dos principais cabecilhas do PCC na Europa. Ele vivia num condomínio de luxo em Cascais e foi preso após quase dez anos em fuga, tendo entrado no país com um passaporte italiano. Sua detenção é considerada emblemática pela PJ, que cita o crescimento da rede criminosa em diversas regiões de Portugal.

Desde agosto, seis pessoas foram detidas por crimes graves e estavam em situação irregular no país. As autoridades portuguesas afirmam que atuam em cooperação direta com a Polícia Federal brasileira no combate ao crime organizado, embora especialistas alertem para falhas persistentes na integração de dados entre os dois países.

Em fevereiro, Portugal e Brasil assinaram um acordo para reforçar o enfrentamento ao crime transnacional. Apesar disso, analistas apontam que a ausência de cruzamento automático de informações continua a dificultar a identificação de foragidos.

Robson Sousa, mestre em Direito e Segurança e ex-policial militar, explicou ao Diário de Notícias que o Brasil mantém uma base de dados atualizada pelo Conselho Nacional de Justiça com todos os cidadãos com mandados de prisão.

Apesar de constantemente atualizada, a base não cruza dados com o sistema da declaração da Polícia Federal. Esse documento, justamente, é o único exigido para a entrada em Portugal.

De acordo com o Ministério Público paulista, em junho pelo menos 90 integrantes do PCC estavam em território português, mas apenas um terço deles se encontrava detido. A PJ diz manter acompanhamento permanente dos casos e reforça que o trabalho conjunto com autoridades brasileiras será intensificado nos próximos meses.